Lançamento do foguete russo Soyuz marca retomada de voos tripulados
A Rússia lançou nesta segunda-feira um foguete Soyuz com três astronautas a bordo, marcando o reinício do lançamento de voos tripulados para a Estação Espacial Internacional (ISS), suspensos em agosto após o desastre da decolagem do Progress, um cargueiro de suprimentos russo.
Os russos Anton Chklaperov e Anatoli Ivanichine, além do americano Dan Burbank decolaram às 04h14 GMT (02h14 de Brasília) do cosmódromo Baikonur, situado no Cazaquistão, a bordo de uma nave Soyuz-TMA acoplada ao foguete Soyuz-FG, constatou um fotógrafo da AFP.
O lançamento do foguete iluminou o céu cinza em torno da plataforma de lançamento cheia de neve. A Soyuz-TMA foi colocada em órbita em poucos minutos, de acordo com o centro de controle.
Os astronautas devem chegar à ISS no dia 16 de novembro às 05h33 GMT (03h33 de Brasília) após dois dias de voo. "Tudo está normal e estamos nos sentindo bem", declarou a equipe por rádio à central de controle.
Os três homens vão se juntar ao americano Mike Fossum, ao japonês Satoshi Furukawa e ao russo Serguei Volkov na ISS e devem passar cinco meses no espaço.
O acidente com o Progress suspendeu até novembro o envio da nova tripulação, inicialmente prevista para setembro, para realizar verificações técnicas nos foguetes. Uma evacuação da ISS chegou a ser mencionada na época.
No dia 22 de novembro, a tripulação russa-americana-japonesa retornará para a Terra e no dia 21 de dezembro, um outro voo vai conduzir três substitutos à ISS, que finalmente ficará com uma tripulação completa.
"Depois do novo lançamento, a estação funcionará normalmente", disse o chefe da agência espacial russa Roskosmos, Vladimir Popovkine.
A perda do Progress abalou a reputação do confiável Soyuz e ameaçou o futuro da ISS. O Soyuz é o único que pode lançar naves tripuladas depois que os Estados Unidos abandonaram este ano seus foguetes espaciais.
A última decolagem de astronautas para a ISS a partir de Baikonur ocorreu em junho. Na ocasião, a Rússia festejou os 50 anos do primeiro homem no espaço, o soviético Iuri Gagarin (12 abril de 1961).
O programa espacial russo passou por um período turbulento após perder em dezembro de 2010 os satélites de seu sistema de geolocalização, o Glonass, que deveria concorrer com o GPS americano.
O último incidente negativo foi com o lançamento da sonda Phobos-Grunt na semana passada. A sonda deveria aterrissar em uma das luas de Marte, o que marcaria o retorno da Rússia em missões exploratórias interplanetárias.
Phobos-Grunt não conseguiu deixar a órbita terrestre e a Agência Espacial Russa reconheceu que as chances de recuperar o aparelho eram poucas. Quando penetrar na atmosfera da Terra em janeiro, vai se desintegrar.
"Foi uma decepção para a astrofísica russa", afirmou Vladimir Popovkine, acrescentando que "Marte não gosta dos terráqueos".
O astronauta russo Anton Chklaperov demonstrou confiança antes do lançamento da Soyuz. "Nós não temos pensamentos ruins. Confiamos na nossa tecnologia", declarou.
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