Cientistas são condenados a 6 anos de prisão por subestimar terremoto de L'Aquila
Um grupo de cientistas italianos foi condenado nesta segunda-feira (22) a seis anos de prisão por homicídio culposo por ter subestimado os riscos antes do terremoto ocorrido em L'Aquila em 2009.
No fim de setembro, a procuradoria havia pedido uma pena de quatro anos de prisão para os sete membros da comissão italiana para "grandes riscos", que se reuniu no dia 31 de março de 2009 na cidade de L'Aquila, seis dias antes do terremoto que provocou a morte de mais de 300 pessoas.
Entre os sete condenados estão grandes nomes da ciência na Itália, como o professor Enzo Boschi, que presidiu o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, e o vice-diretor da Defesa Civil, Bernardo de Bernardinis.
O terremoto, que devastou a cidade de L'Aquila, varrendo o centro histórico e deixando mais de 80 mil desabrigados, continua sendo um trauma para todos os italianos e gerou polêmicas sobre as negligências que contribuíram para esse trágico registro.
A justiça considera que as autoridades científicas divulgaram informações tranquilizadoras à população, que, caso contrário, poderia ter tomado medidas para se proteger.
"Será um veredicto histórico", antecipou pouco antes da decisão Wania della Vigna, advogada que representa quatro estudantes sobreviventes que residiam na recém-reformada Casa do Estudante da cidade, que desmoronou por não respeitar as medidas antissísmicas.
Mais de 400 tremores sacudiram a região durante quatro meses e, apesar disso, as autoridades não tomaram medidas específicas e se limitaram a advertir que os terremotos não podem ser previstos.
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