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Segundo homem na Lua, Buzz Aldrin defende pioneirismo dos EUA em Marte

Buzz Aldrin, que participou da primeira missão a pisar na Lua, diz que já temos tecnologia para levar humanos a Marte - Lalo de Almeida/Folhapress
Buzz Aldrin, que participou da primeira missão a pisar na Lua, diz que já temos tecnologia para levar humanos a Marte Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Em Washington

08/05/2013 21h37

O astronauta norte-americano Buzz Aldrin, que foi o segundo homem a caminhar na Lua, disse que os Estados Unidos precisam liderar a trajetória rumo à construção de uma colônia humana permanente em Marte.

Falando em uma conferência astronômica em Washington, Aldrin, 83, disse que os Estados Unidos deveriam aplicar o que aprenderam décadas atrás ao chegar à Lua na construção de uma colônia no planeta vermelho.

"Os Estados Unidos precisam começar o estabelecimento e a colonização de Marte", disse Aldrin na conferência Humanos em Marte na Universidade George Washington, nesta quarta-feira (8). "Isto está ao nosso alcance."

Seu apelo por uma liderança americana na corrida espacial rumo a Marte se alinha com os planos estabelecidos pela Nasa e pelo governo de Barack Obama de enviar as primeiras pessoas ao planeta em 2030.

Mas contrariando o diretor da Nasa, Charles Bolden, que admitiu na última segunda-feira (6), na abertura da mesma conferência, que ainda há lacunas tecnológicas, Aldrin disse que a maior parte da pesquisa já foi feita.

"Realmente há muito pouca pesquisa nova que precisa ser feita", disse Aldrin, enquanto pediu investimentos e vontade política para sustentar a visão de uma sociedade permanente biplanetária.

"Os Estados Unidos precisam continuar a liderar o transporte espacial humano e eu penso que podemos capitalizar o dinamismo do mercado comercial para desenvolver um sistema de pouso que possa realmente se tornar a base de uma auto-estrada americana para o espaço", acrescentou.

Aldrin, que escreveu um novo livro, Mission to Mars: My Vision for Space Exploration (Missão para Marte: Minha visão da Exploração Espacial, em tradução livre) disse que o título deveria ser Missions to Mars (Missões para Marte, no plural), uma vez que as viagens serão muitas e a presença humana naquele planeta será contínua.

"Estamos falando de missões múltiplas para, eventualmente, nos fixarmos e colonizarmos Marte", disse Aldrin, que também falou de seu plano de enviar uma nave em órbitas circulares que execute trajetórias perpétuas entre a Terra e Marte.

"Devemos focar nossa atenção em estabelecer uma presença humana permanente em Marte na década 2030-2040", acrescentou. "Os Estados Unidos serão o guia para o desenvolvimento da humanidade."

Aldrin descreveu como poderia haver diferentes habitats modulares em Marte, talvez construídos pelas várias agências espaciais, como da China, da Europa, da Índia, do Japão e da Rússia, tendo os Estados Unidos no papel de líder.

Ele disse que um primeiro passo deveria ser enviar três pessoas à lua marciana de Phobos "e usar aquele ano e meio para supervisionar a montagem robótica da base internacional de Marte".

Aldrin ironizou aqueles que sugerem que as pessoas que viajarem a Marte poderão retornar à Terra. "Não há outra escolha do que se comprometer com a permanência em Marte", disse.

Aldrin foi o piloto do módulo lunar da missão Apollo 11. Em 20 de julho de 1969, ele e Neil Armstrong, morto no ano passado, se tornaram os primeiros humanos a pisar na Lua.