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Cientistas decifram genoma completo do salmão atlântico

Cientistas chilenos, noruegueses e canadenses decodificaram o genoma completo do salmão do Atlântico - Reprodução
Cientistas chilenos, noruegueses e canadenses decodificaram o genoma completo do salmão do Atlântico Imagem: Reprodução

17/06/2014 16h52

Um grupo de cientistas chilenos, noruegueses e canadenses decodificou o genoma completo do salmão do Atlântico, o que permitirá fazer avanços na produção aquícola deste pescado, anunciou a parte chilena da equipe de pesquisadores.

Com um custo total de US$ 10 milhões, dos quais o Chile aportou um quarto, o avanço científico permitirá melhorar a produção do peixe, torná-lo mais resistente a doenças e melhorar a suscetibilidade no processo de produção aquícola através da seleção genômica.

"Esta descoberta nos permite fazer uma melhoria genética com maior eficiência. Melhora-se bastante, uns 30% mais rápido, com seleção genômica do que sem ela, e isto não se pode fazer sem o genoma", afirmou Roberto Neira, engenheiro agrônomo da Universidade do Chile, encarregado do projeto.

Até agora, segundo o cientista, tinha sido decodificado o genoma do peixe-zebra, de tamanho pequeno, e a tilápia está em processo, embora não tenha sido finalizado ainda.

O genoma do salmão atlântico é um dos mais complexos, pois se trata de uma espécie poliploide, onde há vários jogos de cromossomos envolvidos.

O projeto, que constitui o sequenciamento do genoma do primeiro dos peixes grandes, foi uma iniciativa da Cooperação Internacional para Sequenciar o Genoma do Salmão Atlântico (ICSASG, na sigla em inglês) e nele colaboraram durante cinco anos cientistas de Chile, Noruega e Canadá.

Decifrar o genoma das chaves para "conseguir que o salmão cresça mais rápido, que o uso de alimentação seja menor por quilo de peso que ganha, o que diminui o custo de alimentar", explicou à imprensa Eduardo Bitran, vice-presidente da estatal Corporação de Fomento da Produção (Corfo).

Também ajuda a elucidar "como tentar identificar certas características que os tornam mais resistentes a doenças, o problemas que tivemos nos últimos anos", acrescentou.

Em 2009, o vírus ISA (anemia infecciosa do salmão, que não é transmissível aos humanos) afetou duramente a indústria do salmão atlântico no Chile e obrigou a antecipar capturas e eliminar milhares de peixes infectados.

A salmonicultura é, ao lado do cobre e da celulose, uma das estrelas da cesta de exportação chilena.

Segundo dados da organização Salmón Chile, as exportações nacionais do pescado superaram em 2013 os US$ 3,5 bilhões. Anualmente se produziram 400.000 toneladas de salmão Atlântico, 60% do volume da indústria de salmonídeos.

Os resultados do projeto estão disponíveis no site de acesso livre.