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Sonda espacial Rosetta tenta se comunicar com robô Philae

O robô Philae que está pousado sobre a superfície do cometa 67P: baterias desligadas - ESA/ATG medialab
O robô Philae que está pousado sobre a superfície do cometa 67P: baterias desligadas Imagem: ESA/ATG medialab

12/03/2015 16h23

A sonda espacial europeia Rosetta tenta se comunicar com o robô Philae, adormecido há quatro meses no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko pela falta de exposição aos raios solares, informou nesta quinta-feira (12) a Agência Espacial Europeia (ESA).

O robô Philae, do tamanho de uma máquina de lavar roupas, está no modo "sleep" desde o último 15 de novembro, após aterrissar sobre o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

O Philae conseguiu transmitir fotos e dados a partir da superfície do corpo celeste de cerca de 4 quilômetros de diâmetro, antes de adormecer pela falta de energia.

Da Terra, a mais de 450 milhões de quilômetros de distância, os cientistas da ESA (Agência Espacial Europeia) instruíram a sonda Rosetta, que acompanha o cometa em seu périplo ao Sol, para que ative os sistemas destinados a 'escutar' um eventual sinal de vida de Philae.

O robô esgotou toda a sua energia porque acabou pousando em um lugar mal iluminado e, portanto, suas baterias solares não podem ser recarregadas.

"O sistema de comunicação Philae (ESS - Electrival Support System) a bordo (da sonda europeia) Rosetta foi ligado às 1h00 GMT (22h00 de quarta-feira no horário de Brasília). Ele permanecerá ligado até 20 de marco. Nenhum sinal foi observado até o momento", indicou um porta-voz da ESA.

Após mais de dez anos de viagem interplanetária, a sonda Rosetta gravita em torno do cometa e o acompanha em seu deslocamento de trajetória elíptica ao redor do Sol.

Está previsto para que em 13 de agosto ambos alcancem o ponto mais próximo ao astro-rei, que estará então a 186 milhões de quilômetros de distância.

Está acordado?

O robô Philae pesa 100 quilos na Terra e apenas um grama no cometa, onde quase não existe a força da gravidade. Conta com 10 instrumentos de observação, entre eles seis câmeras fotográficas, um tomógrafo e um espectrômetro.

Sua missão é buscar moléculas orgânicas que tenham desempenhado um papel na aparição da vida na Terra, aproveitando que os cometas são os corpos mais antigos do sistema solar.

Com seus instrumentos, o robô já pode coletar uma compilação de imagens e dados científicos, transmitidos à sonda Rosetta, que por sua vez os enviou à Terra, algo que espera voltar a fazer caso fique comprovado que o Philae despertou e consigam voltar a se comunicar.

"A dificuldade é se o Philae conseguirá acumular energia suficiente (através de seus painéis solares) para acordar e enviar um sinal a Rosetta", explicou Patrick Martin.

A sonda Rosetta foi lançada ao espaço em 2004 e já percorreu cerca de 6,5 bilhões de quilômetros no espaço e sua missão custou 1,3 bilhões de euros.