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Famoso barco Calypso do oceanógrafo Jacques-Yves Cousteau será leiloado

O navio Calypso, embarcação de pesquisa que ficou famosa devido às viagens do comandante francês Jacques Costeau, aguarda seu destino em Les Chantiers Piriou, em Concarneau, no oeste da França. O barco está no armazém desde 2007 e aguarda decisão para remoção ou destruição. A imagem é de 27 de fevereiro de 2015 - Fred Tanneau/AFP
O navio Calypso, embarcação de pesquisa que ficou famosa devido às viagens do comandante francês Jacques Costeau, aguarda seu destino em Les Chantiers Piriou, em Concarneau, no oeste da França. O barco está no armazém desde 2007 e aguarda decisão para remoção ou destruição. A imagem é de 27 de fevereiro de 2015 Imagem: Fred Tanneau/AFP

13/03/2015 16h35

O famoso navio oceanográfico "Calypso", de Jacques-Yves Cousteau (1910-1997), irá a leilão judicial após um conflito entre familiares do oceanógrafo francês e o estaleiro onde está desmontado.

É triste a imagem atual do navio que navegou os oceanos sob o comando de Cousteau e que desde 2007 está em péssimo estado no hangar Nº8 do estaleiro Piriou de Concarneau, pequeno porto bretão do oeste da França.

Apenas se reconhece a estrutura oxidada da ponte de observação da proa do "Calypso", um caça-minas britânico da Segunda Guerra Mundial, que foi convertido por Cousteau em navio oceanográfico e que afundou em um cais Cingapura, em 1996, um ano antes da morte do famoso explorador.

Nesta sexta-feira expirou o prazo determinado pela justiça para que a Equipe Cousteau, dirigida por Francine Cousteau, viúva do explorador, retirasse os destroços do navio. O estaleiro Piriou anunciou ter cumprido todos os trâmites legais para que a embarcação naufragada seja oferecida pelo maior lance, em um leilão a ser realizado em data ainda não especificada.

A ideia inicial era construir um museu nas docas do porto, o que custaria um milhão de euros. Mas as obras foram interrompidas depois de uma disputa entre a Equipe Cousteau e o estaleiro.

À espera de um investidor

"Acredito que podemos encontrar pessoas ricas que possam estar interessadas no assunto e que estão dispostas a investir dinheiro" para restaurar o navio, havia indicado no mês passado Piriou Pascal, proprietário do estaleiro. "Há muito trabalho pela frente, mas é possível", disse ele.

Enquanto isso, a Equipe Cousteau disse que espera chegar a uma solução para a disputa.

Fontes do estaleiro Guiop, do porto bretão de Brest, especializado em recuperação e construção de barcos de madeira, foram recentemente contactados pela equipe de Cousteau para analisar sobre o que fazer com o navio.

"Aparentemente, resta apenas um esqueleto, mas a estrutura ainda se mantém rígida o que permitiria transportá-lo", declarou um especialista do Guiop.

Em todo mundo, "talvez este seja o único navio francês conhecido" e custa imaginar que o deixem morrer completamente, acrescentou.

Uma declaração do estaleiro de Piriou, que exigem 273.000 dólares à Equipe Cousteau pelo depósito e obras já concluídas, anunciou na sexta-feira que através do leilão propõe "fazer o necessário para ter as mãos livres do ponto de vista legal e encontrar a melhor solução que nos permita obter a soma devida a nós, esvaziar nossas instalações e dar ao Calypso um futuro digno de sua história.

Jacques-Yves Cousteau, que denunciou durante quatro décadas a partir de 1950 "o saque e vergonhoso abuso dos oceanos por causa de uma visão equivocada de progresso", navegou pelos mares do mundo para registrar o fundo marinho, que se tornaram filmes assistidos por milhões de pessoas.