Comer frutas fez cérebro humano crescer, diz estudo
Os humanos provavelmente desenvolveram cérebros grandes e poderosos com a ajuda das frutas, afirmaram pesquisadores nesta segunda-feira (27).
Comer frutas foi um passo-chave a partir dos alimentos mais básicos, como folhas, e forneceu a energia necessária para desenvolver cérebros mais volumosos, segundo os cientistas.
"Foi assim que conseguimos esses cérebros enormes", disse o autor correspondente do estudo Alex Decasien, pesquisador da Universidade de Nova York.
O estudo publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution observou os alimentos básicos de mais de 140 espécies de primatas, e concluiu que suas dietas não mudaram muito ao longo da evolução recente.
De acordo com a pesquisa, os animais que se alimentam de frutas têm cérebros cerca de 25% maiores do que aqueles que ingerem principalmente folhas.
Os resultados questionam a teoria que prevaleceu desde meados da década de 1990, segundo a qual os cérebros maiores se desenvolveram a partir da necessidade de sobreviver e se reproduzir em grupos sociais complexos.
Decasien disse que os desafios de viver em grupo podem ter contribuído para o desenvolvimento da inteligência, mas não encontrou nenhuma ligação entre a complexidade da vida social dos primatas e o tamanho dos seus cérebros.
Comer frutas, por outro lado, estava fortemente correlacionado com o tamanho dos cérebros.
Alimentos como frutas contêm mais energia do que fontes básicas como folhas, criando assim o combustível adicional necessário para evoluir para um cérebro maior.
Ao mesmo tempo, lembrar quais plantas produzem frutas, onde elas estão e como abri-las também poderia ajudar um primata a desenvolver um cérebro maior.
"Eu me sinto confiante de que o estudo deles vai reorientar e revigorar a pesquisa que procura explicar a complexidade cognitiva em primatas e outros mamíferos", escreveu Chris Venditti, pesquisador da Universidade de Reading, no Reino Unido, em um comentário sobre o estudo, também publicado na Nature Ecology & Evolution.
"Mas muitas perguntas permanecem", acrescentou.
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