Sarcófago no Egito com múmia desconhecida de mais de 2 mil anos intriga arqueólogos
Arqueólogos egípcios descobriram neste mês um misterioso sarcófago preto de quase 2 metros de altura na cidade de Alexandria, na costa norte do Egito.
A descoberta intriga os especialistas pelas dimensões do túmulo e por ele parecer estar intacto há mais de 2 mil anos - ao contrário de outros do antigo Egito que, ao longo dos séculos, foram saqueados e danificados.
É o maior sarcófago já encontrado na região de Alexandria.
O anúncio foi feito pelo secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades egípcio, Mostafa Waziri.
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O sarcófago de granito preto, com 1,85 metros de altura, 2,65 metros de comprimento e 1,65 metros de largura, foi encontrado em uma tumba a 5 metros de profundidade. Uma cabeça de homem esculpida em alabastro também foi encontrada no local.
Segundo o Ministério de Antiguidades egípcio, o objeto provavelmente retrata o dono do túmulo, que ainda não foi identificado - de acordo com especialistas, possivelmente se tratava de um nobre daquele período.
A descoberta foi feita por uma missão de arqueólogos do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito durante escavações para inspecionar o terreno de um morador de Alexandria - ele pretendia fazer os alicerces de uma construção na área.
Acredita-se que o túmulo remonte ao período ptolemaico, que começou após a morte de Alexandre, o Grande, em 305 a.C. e durou até 30 a.C, quando a rainha Cleópatra 7ª foi derrotada e o Egito se tornou província do Império Romano.
"Há uma camada de argamassa entre a tampa e o corpo do sarcófago, indicando que ele não é aberto desde que foi lacrado na antiguidade", diz Ayman Ashmawy, o chefe do Setor de Antiguidades do Egito Antigo, em uma mensagem postada pelo Ministério de Antiguidades do Egito, em seu perfil oficial no Facebook.
Agora, o túmulo está sob vigilância enquanto especialistas se preparam para descobrir o que há exatamente dentro do sarcófago.
"Esperamos que este túmulo seja de um dos altos dignitários do período", disse Ashmawy, em entrevista publicada no jornal britânico The Guardian. "A cabeça de alabastro é provavelmente a de um nobre em Alexandria. Quando abrirmos o sarcófago, esperamos encontrar dentro dele objetos intactos, o que nos ajudará a identificar essa pessoa e a posição que ocupava", acrescentou.
Ashmawy observa que abrir o sarcófago pela primeira vez é um trabalho delicado e que possivelmente isso será feito no próprio local, dadas as dificuldades de movê-lo para um museu, por exemplo.
"São cinco metros de profundidade e a coisa toda pesa mais de 30 toneladas. A tampa sozinha tem 15 toneladas", exemplificou ele, ainda na entrevista ao Guardian.
Uma equipe de engenheiros deverá visitar o local nas próximas semanas. A expectativa é que forneçam os equipamentos e suportes necessários para que a tampa do sarcófago seja removida.
Especialistas em mumificação e restauração também devem participar da abertura do túmulo para garantir que o conteúdo seja preservado.
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