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A 'Cidade Perdida do Deus Macaco' que guarda animais antes considerados extintos

A cobra de pestana é muito venenosa - ela foi uma das identificadas por pesquisadores na área - TROND LARSEN
A cobra de pestana é muito venenosa - ela foi uma das identificadas por pesquisadores na área Imagem: TROND LARSEN

28/06/2019 08h13

Em 2015, um grupo de arqueólogos achou um "tesouro" na floresta de La Mosquita, no nordeste de Honduras.

Lá, eles encontraram as ruínas milenares de um assentamento que alguns consideram corresponder à chamada "Cidade Branca", também conhecida como "Cidade Perdida do Deus Macaco".

Agora, um grupo de pesquisadores revelou que esse lugar está no meio de um ecossistema próspero e exuberante, onde existem várias espécies raras, outras que se acreditava estarem extintas e até uma aparentemente desconhecida.

Os pesquisadores encontraram 246 espécies de borboletas e mariposas - TROND LARSEN - TROND LARSEN
Os pesquisadores encontraram 246 espécies de borboletas e mariposas
Imagem: TROND LARSEN

A expedição ficou a cargo da organização Conservation International, com o apoio do governo de Honduras.

Mas como é este lugar e o que os cientistas descobriram?

Uma área pouco explorada

Com 350 mil hectares, a floresta La Mosquita é a maior área protegida de Honduras e é uma das zonas menos exploradas das florestas da América Central.

Os biólogos da Conservation Internacional consideram que o local tem uma biodiversidade "excepcional", com uma grande riqueza de aves, mamíferos, insetos, peixes, anfíbios e plantas.

A descoberta deste 'sapo de vidro' é uma indicação, segundo os pesquisadores, de que a floresta de Cidade Branca está intacta - TROND LARSEN - TROND LARSEN
A descoberta deste 'sapo de vidro' é uma indicação, segundo os pesquisadores, de que a floresta de Cidade Branca está intacta
Imagem: TROND LARSEN

Para os especialistas, essa diversidade é um sinal de que a floresta está "intacta e saudável".

"Nossas descobertas enfatizam o papel fundamental da conservação dos ecossistemas intactos da Cidade Branca para garantir a conectividade da paisagem e a continuidade a longo prazo de espécies ameaçadas", diz um comunicado da Conservation International.

O morcego de cara pálida se alimenta de frutas e insetos - TROND LARSEN - TROND LARSEN
O morcego de cara pálida se alimenta de frutas e insetos
Imagem: TROND LARSEN

Quais espécies eles acharam?

Entre as descobertas mais surpreendentes, os integrantes da expedição destacam:

  • 22 espécies de aves que não eram registradas em Honduras, incluindo a "grande arara verde", que é ameaçada de extinção e considerada "extremamente rara" nesta região;
  • O morcego de cara vermelha, que não era visto em Honduras havia 75 anos, foi "redescoberto";
  • A falsa cobra coral de árvore, que não era vista em Honduras desde 1965;
  • Um besouro-tigre que era considerado extinto;
  • Um peixe da espécie Molly que aparentemente nunca havia sido registrado;
  • Uma população flutuante de queixadas, uma espécie de porco que não é mais encontrada em grande parte da América Central;
  • 30 espécies de mamíferos, incluindo caçadores, como onças, pumas, tigrillos e jaguatiricas;
  • 183 espécies de plantas, 246 espécies de borboletas, 22 espécies de anfíbios e 35 espécies de répteis.

A falsa cobra coral de árvore não era vista em Honduras desde 1965 - TROND LARSEN - TROND LARSEN
A falsa cobra coral de árvore não era vista em Honduras desde 1965
Imagem: TROND LARSEN

"Em geral, nossas descobertas mostram que a área tem importância ambiental e arqueológica global", disse Trond Larsen, diretor do Programa de Avaliação Rápida da Conservation International.

"Com esse conhecimento em mãos, as partes interessadas podem agora começar a desenhar e implementar estratégias de conservação para proteger esse ecossistema."