Quem é Linda Yaccarino, nova CEO do Twitter no lugar de Elon Musk
O anúncio de Linda Yaccarino como a nova CEO do Twitter, feito nesta sexta-feira (12) pelo bilionário Elon Musk, foi bem recebido pelo mercado. Analistas acreditam que ela poderá ser capaz de recuperar os estragos causados à imagem da rede social nos últimos meses, após a aquisição pelo criador da Tesla e da SpaceX.
A escolhida de Musk para presidir a empresa, adquirida por ele em outubro do ano passado, é vista como capaz de aplacar as preocupações de investidores.
Desde que o bilionário assumiu o controle da rede social, em um negócio no valor de 44 bilhões de dólares, uma série de decisões controversas vinham causando danos à imagem da empresa, além de manchar a reputação de Musk como administrador hábil.
Yaccarino era presidente de marketing global e parcerias da NBCUniversal (NBCU), o conglomerado de mídia que inclui a emissora NBC e a Universal Entertainment, onde trabalhou mais de uma década. Ela gerenciava uma equipe de mais de 2 mil funcionários que gerou rendimentos de mais de 100 bilhões de dólares.
A revista Forbes a descreve como uma executiva experiente, cuja chegada poderá acalmar os anunciantes intranquilos após meses de decisões drásticas relacionadas à moderação de conteúdo e verificação de perfis na rede social.
"Discurso livre" sob ameaça?
Sua personalidade, no entanto, poderá desagradar alguns dos admiradores mais ferrenhos de Musk, que compartilham da sua controversa interpretação de "discurso livre" e "liberdade de expressão" na internet.
Yaccarino e sua equipe foram fundamentais no lançamento da plataforma de streaming Peacock da NBCU e vinha adotando maneiras inovadoras de mensurar as performances dos anúncios, além de forjar parcerias com gigantes como a Apple, Buzzfeed, YouTube, Snapchat e o próprio Twitter.
Antes da NBCU, Yaccarino trabalhou na empresa de entretenimentos Turner, pertencente a Warner Bros. Discovery, por quase duas décadas.
Segundo seu perfil na rede social Linkedin, Yaccarino lidera uma força-tarefa do Fórum Econômico Mundial voltada para questões sobre o futuro do trabalho, onde também integra um comitê de líderes da indústria de mídia, entretenimento e cultura.
Seu envolvimento com o Fórum - uma entidade que influencia fortemente decisões de líderes da indústria e da política, conhecida por seu encontro anual em Davos, na Suíça - alimenta teorias da conspiração por parte de apoiadores de Musk de tendencia anarquista ou extremista de direita, que acreditam que o perfil de Yaccarino poderá ameaçar o comprometimento do Twitter com a liberdade de expressão, da forma como vem sendo interpretada sob o comando do bilionário.
Também gera preocupação entra essa base o fato de Yaccarino ter atuado ao lado de entidades governamentais em diversas ocasiões.
Ela foi indicada pelo ex-presidente Donald Trump para integrar o Conselho Presidencial sobre Esportes e Nutrição, onde ajudou a promover estilos de vida saudáveis.
Mais tarde, atuou junto à Casa Branca, agências governamentais e o Vaticano para produzir uma campanha de vacinação contra a covid-19, no papel e presidente da ONG publicitária Ad Council.
Sua conexão com a campanha de vacinação nos EUA também gera irritação entre os apoiadores das políticas de moderação mais permissivas adotadas pelo Twitter sob Musk. Muitos deles acreditam que Yaccarino poderá trazer de volta as punições contra a divulgação de desinformação que foram excluídas por Musk.
Estragos causados por Musk
A nova CEO assumirá o cargo em uma época de desafios para o Twitter. As controvérsias se acumularam com Musk no comando da empresa, como a demissão de metade dos funcionários, o restabelecimento de contas bloqueadas, como a de Donald Trump e de figuras de extrema direita, o banimento temporário de vários jornalistas da plataforma, a proibição da promoção de mídias sociais concorrentes, enquanto o Twitter perdia milhões de dólares por dia.
Os prejuízos devem-se sobretudo à fuga de anunciantes, sintoma da preocupação com os altos e baixos da empresa devido às contínuas mudanças de mentalidade de Musk, e são tão graves que o bilionário chegou a dizer que a empresa iria "direto para a falência" caso a situação se prolongasse.
Parte significativa dos anunciantes chegou a abandonar o Twitter por considerar que a rede está repleta de perfis extremistas e discursos de ódio, enquanto Musk, que se autoproclamou "absolutista da liberdade de expressão", exerceu censura contra vários jornalistas críticos, bloqueando seus perfis na plataforma, embora mais tarde ele tenha voltado atrás, após lançar uma "enquete do Twitter" sobre a questão.
Ao anunciar que iria deixar o cargo de CEO do Twitter dentro de algumas semanas, Musk disse que vai assumir o papel de presidente executivo e diretor de tecnologia, sendo responsável pela supervisão dos produtos, software e outras operações da empresa.
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