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China indenizará Rússia por derramamento de benzeno no rio Amur

29/11/2005 21h22

Moscou, 29 nov (EFE).- A China se comprometeu a indenizar aRússia pelo derramamento de benzeno de uma indústria petroquímicachinesa em um afluente do rio Amur, afirmou hoje Rustem Jamitov,presidente da Agência Federal de Recursos de Água.

"A China assume a responsabilidade e indenizará a parte russapelos danos e prejuízos em decorrência do derramamento na região",disse Jamitov à emissora de rádio Mayak (Faro).

As autoridades russas receberam hoje uma nota do Ministériochinês de Recursos Hídricos no qual a "China se desculpa peloocorrido".

"As autoridades chinesas fazem tudo que está ao alcance de suasmãos para minimizar os níveis de contaminação nos rios e cidades daRússia", destaca a mensagem enviada por Pequim.

O ministro de Exteriores da China, Li Zhaoxing, pediu desculpas àRússia no final de semana. A China só informou o país vizinho sobreo acidente com 11 dias de atraso.

A princípio, o Governo chinês declarou que a responsabilidadepelas indenizações recaía sobre a companhia petrolífera estatalCNPC, dona da indústria química onde houve o derramamento.

O benzeno se encontra agora cerca de 350 quilômetros da regiãoonde o rio chinês Songhua desemboca no Amur.

"A mancha avança a 1,5 Km/h, mas quando chegar ao Amur avelocidade da corrente de água será duplicada", disse Jamitov.

Segundo o Ministério de Recursos Naturais da Rússia, o problemado fornecimento de água é menor na região que deve ser afetadaprimeiramente, pois no local há apenas uma dezena de aldeiasribeirinhas com uma população que não supera 2 mil pessoas.

Já a capital regional, Khabarovsk, principal porto fluvial eresidência de mais 620 mil pessoas, é a cidade que corre maisriscos.

"Em 20 horas conheceremos os níveis de contaminação e os índicesde periculosidade para os habitantes da região", apontou.

Jamitov garantiu que o benzeno não chegará aos dutos de águapotável, mas pediu a população para ferver a água corrente e evitara pesca no rio Amur e seus afluentes.

O derramamento de 100 toneladas de benzeno ocorreu em 13 denovembro no rio chinês de Songhua, afluente do rio Amur, fronteiranatural entre a China e a Rússia.

As autoridades locais estão armazenando centenas de toneladas decarvão, já que o mineral é considerado eficaz absorvente de benzeno.

Na opinião dos ecologistas, embora o gelo que cobre os riosrussos nessa época do ano possa desacelerar e, inclusive, frear oavanço do derramamento, as substâncias poluentes podem reaparecerapós o degelo na primavera.

Segundo especialistas russos, a contaminação do Amur, o sexto riomais longo do mundo, com 4.410 quilômetros, representa um graveimpacto ecológico porque é o único dos grandes rios da Sibéria quedesemboca no Pacífico.

Na bacia do Amur, um rio adequado para a navegação de navios degrande tonelagem, vivem seis milhões de russos e, do outro lado dafronteira, 67 milhões de chineses.