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Terremoto em Moçambique deixou 5 mortos e 27 feridos graves

24/02/2006 14h58

Maputo, 24 fev (EFE).- O terremoto de 7,5 graus na escala Richterque sacudiu na madrugada de quinta-feira várias localidades do sul ecentro de Moçambique causou a morte de cinco pessoas e deixougravemente feridas outras 27, informaram hoje fontes governamentais.

Os primeiros números oficiais indicaram ontem que os mortos eramdois. Porta-vozes do Ministério moçambicano de Administração doEstado confirmaram que todas as vítimas viviam na área deChipungaberra, na província central de Manica.

O epicentro do terremoto foi localizado pelo Instituto Geológicodos EUA, com sede em Denver (Colorado), 250 quilômetros ao sudoestede Beira, na província de Sofala às margens do Índico, e 530quilômetros ao norte da capital moçambicana, Maputo.

Segundo as fontes governamentais moçambicanas, cerca de 50 casasforam destruídas pelo sismo em duas localidades de Manica e outras12 sofreram severos danos em Beira, a segunda cidade mais importantede Moçambique e onde está situado o porto de águas profundas domesmo nome.

As autoridades de Maputo têm descrito o tremor como "o piorregistrado na África meridional nos últimos 100 anos". O sismoocorreu a 0h19 (19h19 de Brasília) e foi seguido de dois movimentossecundários horas depois do principal.

Os movimentos telúricos puderam ser sentidos também em distantescomo Johanesburgo, Pretória e Durban, na África do Sul; e Harare, noZimbábue.

Segundo os geólogos, o território moçambicano é propenso aossismos já que se encontra no chamado Vale do Rift, uma falha que seestende por mais de 6 mil quilômetros desde o norte da Síria,atravessa o chamado "Chifre do África", segue a linha dos "Grandeslagos" e termina no canal de Moçambique, que separa este país dailha de Madagascar.

O diretor do departamento nacional de Geologia, Elias Daudi,disse que as províncias de Manica e Sofala são as que correm maisrisco de serem sacudidas por grandes terremotos.

Entre 1950 e 1957 se registraram nessa zona dez sismos, todos degrau 6 na escala aberta de Ritcher, disse Daudi, acrescentando quedepois houve um "intervalo" de quase 30 anos na freqüência dosterremotos, que foram retomados em 1985, mas com menor magnitude.