Efeitos da mudança climática em aves indicam tendência à extinção
(embargada até 22h01 de Brasília)Nairóbi, 14 nov (EFE).- Os efeitos que a mudança climática podeter na população mundial de aves sugerem uma tendência à extinção demuitas espécies, segundo um novo relatório do Fundo Mundial para aNatureza (WWF) divulgado na Convenção da ONU sobre MudançasClimáticas, realizada em Nairóbi.
Entre as espécies que poderiam estar mais ameaçadas, afirma orelatório, estão os pingüins das ilhas Galápagos (Equador), a águiaimperial na Espanha e muitas espécies do México, especialmente asque habitam o deserto de Chihuahuan.
"O relatório mostra que certos grupos de aves, como as marinhas eas migratórias, são muito sensíveis e respondem logo aos níveisatuais de mudança climática. Grandes extinções de pássaros podemocorrer antes do pensado", disse Hans Verolme, diretor do programade Mudança Climática da WWF.
Se as temperaturas subirem mais de dois graus centígrados emrelação à era pré-industrial - atualmente aumentaram 0,8 grau -, oscientistas acham que a taxa de extinção de aves poderia chegar a 38%na Europa e 72% no norte da Austrália.
O documento "Espécies Avícolas e Mudança Climática: Relatóriosobre o Estado Global da Situação" revisa mais de 200 artigoscientíficos sobre aves em todos os continentes, para tentar delinearum panorama geral sobre o impacto do aquecimento global nestesanimais.
As conclusões do relatório destacam três aspectos: que asmudanças das temperaturas mundiais afetam o comportamento das aves,que algumas espécies já estão experimentando os impactos e que, nofuturo, a mudança climática colocará em perigo um grande número deespécies.
O efeito estufa afeta as aves diretamente, ao modificar astemperaturas, as chuvas e a umidade, e indiretamente, mudando seuhabitat ao aumentar o nível do mar ou o uso agrícola excessivo daterra e a destruição das florestas.
Das 524 espécies de aves européias, 226 estão em situação deconservação desfavorável, afirma o relatório, que adverte que, naEuropa, as temperaturas já aumentaram 0,95 grau centígrado desde1900.
"A águia imperial é uma espécie ameaçada e que só resta emparques e reservas da Espanha, Portugal e Marrocos. Diversoscenários sobre mudanças climáticas prevêem que seu habitat está nocaminho de se transformar em completamente inadequado", afirma odocumento.
Nas ilhas Galápagos, as populações locais de pingüinsreduziram-se à metade desde 1970, porque os exemplares adultos nãoconseguiram se reproduzir durante os anos do fenômeno meteorológicoconhecido como "El Niño".
"Repetições do 'El Niño' estão previstas em conseqüência damudança climática, e poderiam reduzir ainda mais a já pequenapopulação de pingüins e colocá-la à beira da extinção", afirma orelatório.
Sobre o México, cuja biodiversidade inclui 11% das variedades depássaros do mundo, com mais de 1.060 espécies, o relatório afirmaque, assumindo que a dispersão para outras áreas seja possível,entre 2% e 3% das aves poderiam se extinguir sob um cenário demudança climática mínima (0,8 a 1,7 grau centígrado).
"As extinções poderiam ser especialmente altas no deserto deChihuahuan", acrescenta o documento da WWF.
A organização estima que o atual enfoque para conservar as aves -concentrado em proteger áreas específicas que têm grande diversidadede pássaros - falhará, porque a mudança climática forçará muitasaves a migrar para áreas não protegidas.
Mais de 5.000 participantes assistem em Nairóbi à reunião daConvenção sobre Mudanças Climáticas, da qual 189 Estados fazemparte, e do Protocolo de Kyoto, ratificado por 166 países.
Entre as espécies que poderiam estar mais ameaçadas, afirma orelatório, estão os pingüins das ilhas Galápagos (Equador), a águiaimperial na Espanha e muitas espécies do México, especialmente asque habitam o deserto de Chihuahuan.
"O relatório mostra que certos grupos de aves, como as marinhas eas migratórias, são muito sensíveis e respondem logo aos níveisatuais de mudança climática. Grandes extinções de pássaros podemocorrer antes do pensado", disse Hans Verolme, diretor do programade Mudança Climática da WWF.
Se as temperaturas subirem mais de dois graus centígrados emrelação à era pré-industrial - atualmente aumentaram 0,8 grau -, oscientistas acham que a taxa de extinção de aves poderia chegar a 38%na Europa e 72% no norte da Austrália.
O documento "Espécies Avícolas e Mudança Climática: Relatóriosobre o Estado Global da Situação" revisa mais de 200 artigoscientíficos sobre aves em todos os continentes, para tentar delinearum panorama geral sobre o impacto do aquecimento global nestesanimais.
As conclusões do relatório destacam três aspectos: que asmudanças das temperaturas mundiais afetam o comportamento das aves,que algumas espécies já estão experimentando os impactos e que, nofuturo, a mudança climática colocará em perigo um grande número deespécies.
O efeito estufa afeta as aves diretamente, ao modificar astemperaturas, as chuvas e a umidade, e indiretamente, mudando seuhabitat ao aumentar o nível do mar ou o uso agrícola excessivo daterra e a destruição das florestas.
Das 524 espécies de aves européias, 226 estão em situação deconservação desfavorável, afirma o relatório, que adverte que, naEuropa, as temperaturas já aumentaram 0,95 grau centígrado desde1900.
"A águia imperial é uma espécie ameaçada e que só resta emparques e reservas da Espanha, Portugal e Marrocos. Diversoscenários sobre mudanças climáticas prevêem que seu habitat está nocaminho de se transformar em completamente inadequado", afirma odocumento.
Nas ilhas Galápagos, as populações locais de pingüinsreduziram-se à metade desde 1970, porque os exemplares adultos nãoconseguiram se reproduzir durante os anos do fenômeno meteorológicoconhecido como "El Niño".
"Repetições do 'El Niño' estão previstas em conseqüência damudança climática, e poderiam reduzir ainda mais a já pequenapopulação de pingüins e colocá-la à beira da extinção", afirma orelatório.
Sobre o México, cuja biodiversidade inclui 11% das variedades depássaros do mundo, com mais de 1.060 espécies, o relatório afirmaque, assumindo que a dispersão para outras áreas seja possível,entre 2% e 3% das aves poderiam se extinguir sob um cenário demudança climática mínima (0,8 a 1,7 grau centígrado).
"As extinções poderiam ser especialmente altas no deserto deChihuahuan", acrescenta o documento da WWF.
A organização estima que o atual enfoque para conservar as aves -concentrado em proteger áreas específicas que têm grande diversidadede pássaros - falhará, porque a mudança climática forçará muitasaves a migrar para áreas não protegidas.
Mais de 5.000 participantes assistem em Nairóbi à reunião daConvenção sobre Mudanças Climáticas, da qual 189 Estados fazemparte, e do Protocolo de Kyoto, ratificado por 166 países.