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Merkel diz que luta contra a mudança climática não implica só privações

Em Berlim

13/12/2009 09h19

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que a luta contra a mudança climática não significa apenas renúncias, e afirmou à população do país que as medidas que forem adotadas em Copenhague não têm que, necessariamente, impor limitações. "O bem-estar, em primeiro lugar, não é uma questão de consumo em quantidade. Tem a ver com o sentir-se bem", declarou Merkel em uma entrevista publicada hoje pelo dominical "Bild am Sonntag".

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Thibault Camus/AP

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"Não faremos mais que nos bloquear inutilmente e colocar em jogo o nosso futuro" se o medo se antepor à renúncia na mudança necessária enfrentada pela humanidade, comentou a chanceler, que defende o comércio mundial associado a licenças de emissão de CO2. Para Merkel, "seria desejável que no futuro o comércio seja feito com certificados de CO2 e que (esse comércio) seja fiscalizado internacionalmente para economizar CO2 onde é mais fácil e barato".

Segundo a chanceler, faz "pouco sentido mobilizar com grandes custos as últimas reservas na indústria do aço quando, em outro lugar, por exemplo no saneamento da totalidade das velhas instalações, é possível alcançar uma economia clara de modo mais rápido e barato".

Na entrevista, Merkel também manifestou sua simpatia pelas várias ONGs que lutam no mundo todo para combater a mudança climática. "Muitos grupos lutam para humanizar a globalização. Isso também é tema da política alemã", comentou Merkel.

Quanto à campanha do ex-Beatle Paul McCartney para que as pessoas deixem de consumir carne vermelha para ajudar o meio ambiente, a chanceler disse que não pretende "orientar" como dever ser "o consumo". Porém, destacou que "a conscientização das pessoas é cada vez maior"."Aprenderemos a viver de maneira mais consciente em relação a muitas coisas", acrescentou.