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Instituição disponibiliza consulta a acervo que inclui estudos de Newton e Darwin

Guillermo Ximenis

Em Londres

28/10/2011 11h23

A Royal Society, a instituição científica mais antiga do mundo, disponibilizou nesta semana aos internautas a consulta de seu arquivo histórico, formado por milhares de estudos que, como os de Isaac Newton e Charles Darwin, mudaram o curso da história mundial.

O serviço, gratuito, permite a consulta de mais de 60 mil documentos de três séculos de grandes descobertas e pequenos avanços que foram moldando o atual conhecimento científico, guardados no arquivo da sociedade, homenageada neste ano com o prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades.

O júri do prêmio, entregue na sexta-feira passada, apreciou o estímulo à "pesquisa e difusão do conhecimento gerado à humanidade" da Royal Society, que começou suas atividades em 1660.

"Se todos os livros do mundo fossem destruídos e só sobrasse a revista da Royal Society 'Philosophical Transactions', não seria absurdo dizer que os fundamentos da ciência e do progresso intelectual dos últimos dois séculos estariam salvos", escreveu em 1870 o biólogo Thomas Huxley.

A Royal Society foi a primeira instituição do mundo a lançar, em 1665, uma revista que cumpria os padrões de controle imposto atualmente pelas publicações científicas mais renomadas.

Entre os que passaram por esse crivo estiveram Isaac Newton, que publicou, em 1672, a "A Nova Teoria Sobre Luz e Cores", considerado seu primeiro escrito científico.

A ciência moderna avançou às cegas em seus primeiros passos, um percurso que pode ser acompanhado de perto pelo arquivo da Royal Society.

Seu acervo guarda curiosidades como os escritos do astrônomo francês Adrien Auzout, que no século XVII publicou "The View From the Moon", no qual descrevia o aspecto que o planeta Terra deveria apresentar para "supostos habitantes" da Lua.

A Royal Society se inspirou nas ideias do cientista e filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) para criar uma instituição dedicada a expandir as fronteiras do conhecimento por meio do desenvolvimento da ciência, matemática, engenharia e medicina.

"A abertura do arquivo abre uma janela fascinante à história do progresso científico durante os últimos séculos, o que interessará a todos aqueles que queiram compreender a evolução da ciência", destaca a psicóloga Uta Frith, membro do comitê de bibliotecas da sociedade.

Os membros da Royal Society são escolhidos entre os cientistas que mais se destacam em suas respectivas áreas e, por ela, já passaram Isaac Newton, Charles Darwin, Albert Einstein, James Watson e Stephen Hawking.

Atualmente, a instituição conta com cerca de 1,5 mil membros, entre eles 75 vencedores de Prêmio Nobel, além de cinco representantes da família real britânica, como a rainha Elizabeth II.