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ONG alerta sobre aumento da insegurança alimentar por mudança climática

Em Durban

28/11/2011 14h10

A ONG Oxfam alertou nesta segunda-feira para o aumento da insegurança alimentar no mundo devido aos fenômenos meteorológicos extremos que podem estar relacionados à mudança climática.

A Oxfam fez a advertência em um estudo apresentado nesta segunda-feira em Durban (África do Sul), na abertura da cúpula da ONU sobre mudança climática (COP 17), que termina em 9 de dezembro.

Em comunicado, a ONG ressaltou que vários fenômenos meteorológicos extremos contribuíram para a insegurança alimentar em escala global, regional e local desde 2010.

O aumento progressivo da frequência e a severidade destes episódios, segundo a nota, "vão agravar o impacto da mudança climática nas colheitas e nos preços dos alimentos, provocando a escassez de comida, desestabilizando os mercados e precipitando a alta dos preços".

O estudo cita como exemplos a seca no Chifre da África, que causou a maior crise humanitária das últimas décadas, os tufões do sudeste asiático, no Vietnã e Tailândia, assim como os incêndios em Rússia e Ucrânia.

Durante estes incidentes, de acordo com a Oxfam, os preços dos alimentos, especialmente de cereais como trigo e o arroz, aumentaram entre 60 e 80%, e chegaram a 393% no caso das plantações de sorgo na Somália.

A ONG reconheceu que é difícil relacionar estes desastres naturais com a mudança climática, mas assegurou que, de acordo com o Grupo Intergovernamental de Analistas sobre a Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), os fenômenos extremos devem aumentar em frequência e intensidade se não forem tomadas as medidas necessárias.

A organização destacou o impacto desses desastres nas populações mais pobres, que gastam cerca de 75% de sua renda em comida. Essas pessoas "devem lidar com a alta dos preços dos alimentos ao mesmo tempo em que enfrentam a destruição de seus lares e meios de subsistência", afirmou Kelly Dent, diretora global da ONG.

A Oxfam convocou os negociadores de Durban a se comprometer com a renovação do Protocolo de Kyoto, único acordo juridicamente vinculado adotado em 1997 que fixa objetivos para reduzir a emissão de gases causadores do aquecimento global.