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Pesquisa revela capacidade aquática dos Espinossauros

11/09/2013 01h25

Washington, 11 set (EFE).- Uma equipe de cientistas liderada por Nizar Ibrahim, da Universidade de Chicago, descobriu que um dinossauro que habitava há 95 milhões de anos no norte da África podia se locomover tanto em terra como na água.

O Espinossauro, de maior tamanho que o Tiranossauro, é o primeiro dinossauro semi-aquático conhecido, segundo a pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista "Science".

A análise digitalizada dos ossos fósseis desta espécie revelou uma série de "adaptações únicas" que permitiam progredir no entorno aquático, uma característica que abre uma nova dimensão no estudo destes animais pré-históricos.

"O animal que reconstruímos é tão estranho que vai obrigar os especialistas a repensar muitas coisas que acreditavam saber sobre os dinossauros", indicou em uma teleconferência o paleontólogo Nizar Ibrahim, autor principal da pesquisa.

Os pesquisadores concluíram que a faixa pélvica e as extremidades traseiras eram menores do que a daquelas espécies com as quais os Espinossauros tinham algum grau de parentesco e o centro de gravidade parece ter se movido para trás, para facilitar seu deslocamento na água.

Este dinossauro podia retrair suas carnudas fossas nasais a uma posição para cima de sua cabeça, para facilitar a respiração quando estava parcialmente submergido, e tinha patas planas, possivelmente com palmca, com as quais os cientistas acreditam que ajudava a se locomover na água.

Além disso, o animal tinha mandíbulas longas e magras com dentes afiados em forma de cone invertido que, segundo os pesquisadores, parecem as "ferramentas perfeitas" para a captura de presas aquáticas, como o peixe-serra, que acredita-se que habitava nos rios do norte da África no Cretácico.

Estas adaptações diferem totalmente dos exemplares anteriores descobertos desta espécie que povoou o planeta há 95 milhões de anos e que, apesar de ter a informação de que comiam peixes, pensava-se que viviam na terra.

O Espinossauro foi descoberto no começo do século XX no Deserto do Saara no Egito, mas o estudo de sua morfologia não pôde ser terminado já que os fósseis foram destruídos em um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, o achado a partir de 2008 de uma série de fósseis muito mais completos na região de Kem Kem, no Marrocos, que incluem partes de um crânio, o esqueleto axial, a faixa pélvica e restos de extremidades, permitiu voltar a estudar esta espécie com novos elementos.

A descoberta estará estampada na capa de outubro da revista "National Geographic", que realizará uma exposição em sua sede em Washington e um documentário sobre este dinossauro.