Etiópia instala três 'megatelescópios' e revela ambições no setor espacial
A Etiópia finalizou no último domingo (27) a instalação de dois "megatelescópios" que permitirão explorar o espaço em profundidade, iniciativa que revela as ambições espaciais do país para os próximos anos.
A nação africana planeja lançar antes de 2017 três satélites ao espaço e unir-se, assim, à África do Sul e à Nigéria como o terceiro Estado do continente com missão espacial, confirmaram à Agência Efe fontes da Sociedade de Ciência Espacial Etíope (ESSS, na sigla em inglês).
A ESSS instalou os dois telescópios em um ponto elevado, a 20 quilômetros da capital Adis-Abeba. Os telescópios e seus acessórios foram adquiridos da companhia de tecnologia alemã ASTELCO Systems, por US$ 3,4 milhões, financiados pelo governo etíope, pela ESSS e outras instituições.
Segundo o diretor de Observação Terrestre do Centro de Observação Espacial e Astronômica Entoto, Tulu Besha, os equipamentos serão utilizados principalmente por estudantes e pesquisadores.
Besha explicou que "os estudantes serão capazes de ir a qualquer parte e participar de missões internacionais de comunicação por satélite".
"Poderão desenvolver boas habilidades e trabalhar em benefício de outros tipos de tecnologia, como as telecomunicações", disse diante de um grupo de jornalistas convidados para presenciar a instalação das enormes cúpulas metálicas que abrigam os telescópios.
A uma altura de 3.200 metros, sobre o planalto de Entoto, as instalações do centro de observação começaram a ser construídas em 2008.
A ESSS planeja a criação de um segundo observatório maior perto da cidade de Lalibela, no norte da Etiópia, em um ponto situado a 4,2 mil metros acima do nível do mar.
Os "megatelescópios", que podem ser operados à distância, marcam os primeiros passos de futuras ambições espaciais da Etiópia. Em no máximo cinco anos, a Etiópia lançará três satélites, na esteira iniciada pela África do Sul e Nigéria no continente.
Um dos satélites terá fins militares e de segurança, o outro será destinado a telecomunicações e o terceiro coletará informações meteorológicas e ambientais, segundo as mesmas fontes.
Financiados principalmente pelo governo da Etiópia e pela fundação Entoto, os telescópios receberam contribuições individuais de 1.800 pessoas.
Entre elas está o empresário multimilionário de origem etíope-saudita Sheikh Mohammed Hussein, o homem mais rico da Etiópia e o 65º do mundo, segundo a revista "Forbes".
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