Missão espacial chinesa "Chang'e 3" entra na órbita lunar
Segundo o Centro de Controle Aeroespacial de Pequim, a sonda entrou na órbita às 17h53 da capital chinesa (7h53 de Brasília), após cerca de 112 horas de voo.
A sonda "Chang'e 3" vai ficar na órbita durante cerca de uma semana, e no próximo fim de semana descerá à superfície lunar para deixar o robô explorador, "Yu Tu" ("Coelho de Jade").
Segundo o Escritório de Tecnologia Industrial para a Defesa Nacional da China, todos os sistemas da sonda se encontram em perfeito estado, e a viagem de 350 mil quilômetros desde seu lançamento na madrugada de segunda-feira ocorre sem incidentes.
De acordo com os responsáveis pelo programa espacial chinês, a prova de fogo para a sonda será o pouso na Lua.
Para isso, a "Chang'e 3" foi dotada de um foguete capaz de variar sua força de impulso, o primeiro do tipo em uma missão espacial chinesa. Ele pode mudar sua força de 1.500 unidades Newton a 7.500, o que lhe permitirá dar precisão ao lugar de pouso do robô.
Está previsto que a sonda desça sobre a cratera lunar conhecida como a Bahia dos Arco-íris, uma região escolhida especialmente por suas condições planas e que "Yu Tu" percorrerá durante três meses para realizar testes geológicos.
Com um peso de 140 quilos, o robô pode se deslocar a 200 metros por hora e está equipado, entre outros itens, por quatro câmeras e dois braços móveis que podem extrair amostras do solo lunar.
Durante sua missão, o robô vai instalar um telescópio na Lua pela primeira vez na história, observará a plasmaesfera (gás ionizado que circunda a Terra) e examinará por meio de um radar a superfície do satélite.
A China chama seu programa lunar de "Chang'e" em homenagem a uma lenda tradicional oriental segundo a qual uma deusa com esse nome habita a Lua.
O robô explorador recebeu seu nome, em uma votação popular pela internet, para lembrar o animal que, segundo a tradição, acompanha a deusa Chang'e na Lua.
A China lançou sua primeira missão lunar, "Chang'e 1", em outubro de 2007, e a segunda no mesmo mês de 2010.
Em ambos os casos, as sondas orbitaram durante meses ao redor da Lua para captar imagens e coletar informações, e uma vez terminado seu período de atividade se chocaram na superfície do satélite segundo o previsto.
Os planos do país incluem o envio de uma quarta sonda em 2015 e outra em 2017, que completará a terceira fase do programa, conseguir o retorno à Terra. EFE
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