ExoMars, o projeto que levará a Europa a buscar vida em Marte
Javier Albisu.
Paris, 26 dez (EFE).- A Agência Espacial Europeia (ESA) terá foco em 2016 no projeto ExoMars, uma ambiciosa missão científica rumo a Marte que pretende responder uma questão filosófica milenar: estamos sozinhos no universo?
Em alguma data ainda não estabelecida em março, a missão decolará da base russa de Baikonur em um foguete Proton-M que transportará em seu interior uma cápsula com um pequeno robô programado para coletar terra marciana e averiguar se o planeta vizinho pode abrigar vida.
Após um 2015 produtivo com o sucesso da aterrissagem da sonda Rosetta em um cometa em novembro de 2014 e com o novo diretor-geral dos comandantes, o alemão Johann-Dietrich Wörner, a ESA se prepara para uma aventura em Marte que a Europa desenvolve em parceria com a agência russa Roscosmos e que necessitará 15 anos de percurso político, científico e industrial.
A ambiciosa missão, destaque do calendário europeu espacial do ano que vem, também precisou de 1,2 bilhão de euros para poder chegar ao planeta situado a 77 milhões de quilômetros da Terra e cuja órbita será alcançada nove meses após o lançamento.
Em 2018, a nave soltará uma pequena parte chamada Schiaparelli, que atravessará a atmosfera marciana com direção à região de Oxia Planum. A nave, de 600 quilos, freará com um paraquedas e ajustará a aterrissagem com pequenos jatos de propulsão quando estiver a 2 metros do solo.
Em seguida, o veículo ativará painéis solares, estenderá seus apoios e descerá uma rampa pela qual passará um módulo com rodas e câmeras para explorar o terreno até encontrar um lugar propício para escavar.
Quando esse ponto for localizado, o robô usará uma broca para extrair uma amostra a dois metros abaixo da terra, uma profundidade inédita em Marte, onde até agora a terra só tinha sido retirada a poucos centímetros da superfície, nunca no subsolo.
O robô se dedicará durante quatro dias a analisar essas amostras e enviar os resultados à nave matriz, que permanecerá por cinco anos na órbita de Marte pesquisando sobre seus gases atmosféricos.
O "rover" se tornará o quarto aparelho controlado a pisar em solo marciano (até então, todos eram da Nasa). A ESA e o Reino Unido já chegaram a Marte com o Beagle em 2003, mas o contato com o aparelho foi perdido ao entrar em contato com a superfície porque dois de seus quatro painéis solares não conseguiram se desdobrar e bloquearam sua antena de comunicação.
A primeira meta do ExoMars será provar que a Europa pode realizar uma aterrissagem controlada no "planeta vermelho". A missão começará em um cenário de crescente interesse em relação a Marte, por onde atualmente sobrevoam sondas como a indiana Mangalyaan e a americana Maven, que já trouxeram notícias esperançadoras.
Há cada vez mais consenso sobre a possibilidade de se encontrar restos de forma alguma de vida no planeta e, em setembro, a Nasa anunciou o descobrimento de água líquida em Marte.
Alguns cientistas ainda duvidam da descoberta e acreditam que sejam apenas gases, mas os pesquisadores são relativamente otimistas em relação à possibilidade de que nos últimos 3,6 bilhões de anos tenha existido vida microbiana em Marte. Isso significaria que a Terra não é o único planeta habitável.
O ExoMars também abrirá o caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020, e conduzirá a pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao "planeta vermelho" para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.
A Nasa espera colocar astronautas em órbita ao redor de Marte na década de 2030 e posteriormente na superfície, com o sonho de estabelecer uma colônia local. Mas as contínuas mudanças bruscas da corrida espacial americana exigem que a situação seja considerada com prudência.
Os acadêmicos acham que seria possível causar um aquecimento global letal na Terra, mas que Marte poderia se tornar um mundo habitável para os seres humanos a muito longo prazo.
Paris, 26 dez (EFE).- A Agência Espacial Europeia (ESA) terá foco em 2016 no projeto ExoMars, uma ambiciosa missão científica rumo a Marte que pretende responder uma questão filosófica milenar: estamos sozinhos no universo?
Em alguma data ainda não estabelecida em março, a missão decolará da base russa de Baikonur em um foguete Proton-M que transportará em seu interior uma cápsula com um pequeno robô programado para coletar terra marciana e averiguar se o planeta vizinho pode abrigar vida.
Após um 2015 produtivo com o sucesso da aterrissagem da sonda Rosetta em um cometa em novembro de 2014 e com o novo diretor-geral dos comandantes, o alemão Johann-Dietrich Wörner, a ESA se prepara para uma aventura em Marte que a Europa desenvolve em parceria com a agência russa Roscosmos e que necessitará 15 anos de percurso político, científico e industrial.
A ambiciosa missão, destaque do calendário europeu espacial do ano que vem, também precisou de 1,2 bilhão de euros para poder chegar ao planeta situado a 77 milhões de quilômetros da Terra e cuja órbita será alcançada nove meses após o lançamento.
Em 2018, a nave soltará uma pequena parte chamada Schiaparelli, que atravessará a atmosfera marciana com direção à região de Oxia Planum. A nave, de 600 quilos, freará com um paraquedas e ajustará a aterrissagem com pequenos jatos de propulsão quando estiver a 2 metros do solo.
Em seguida, o veículo ativará painéis solares, estenderá seus apoios e descerá uma rampa pela qual passará um módulo com rodas e câmeras para explorar o terreno até encontrar um lugar propício para escavar.
Quando esse ponto for localizado, o robô usará uma broca para extrair uma amostra a dois metros abaixo da terra, uma profundidade inédita em Marte, onde até agora a terra só tinha sido retirada a poucos centímetros da superfície, nunca no subsolo.
O robô se dedicará durante quatro dias a analisar essas amostras e enviar os resultados à nave matriz, que permanecerá por cinco anos na órbita de Marte pesquisando sobre seus gases atmosféricos.
O "rover" se tornará o quarto aparelho controlado a pisar em solo marciano (até então, todos eram da Nasa). A ESA e o Reino Unido já chegaram a Marte com o Beagle em 2003, mas o contato com o aparelho foi perdido ao entrar em contato com a superfície porque dois de seus quatro painéis solares não conseguiram se desdobrar e bloquearam sua antena de comunicação.
A primeira meta do ExoMars será provar que a Europa pode realizar uma aterrissagem controlada no "planeta vermelho". A missão começará em um cenário de crescente interesse em relação a Marte, por onde atualmente sobrevoam sondas como a indiana Mangalyaan e a americana Maven, que já trouxeram notícias esperançadoras.
Há cada vez mais consenso sobre a possibilidade de se encontrar restos de forma alguma de vida no planeta e, em setembro, a Nasa anunciou o descobrimento de água líquida em Marte.
Alguns cientistas ainda duvidam da descoberta e acreditam que sejam apenas gases, mas os pesquisadores são relativamente otimistas em relação à possibilidade de que nos últimos 3,6 bilhões de anos tenha existido vida microbiana em Marte. Isso significaria que a Terra não é o único planeta habitável.
O ExoMars também abrirá o caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020, e conduzirá a pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao "planeta vermelho" para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.
A Nasa espera colocar astronautas em órbita ao redor de Marte na década de 2030 e posteriormente na superfície, com o sonho de estabelecer uma colônia local. Mas as contínuas mudanças bruscas da corrida espacial americana exigem que a situação seja considerada com prudência.
Os acadêmicos acham que seria possível causar um aquecimento global letal na Terra, mas que Marte poderia se tornar um mundo habitável para os seres humanos a muito longo prazo.
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