Antes de morrer, Hawking completou método para detectar universos paralelos
O físico britânico Stephen Hawking completou um procedimento matemático para identificar a existência de universos paralelos apenas duas semanas antes de morrer segundo meios de comunicação britânicos. O cientista faleceu na quarta-feira (14) aos 76 anos.
Hawking assina junto com Thomas Hertog, do Instituto de Física Teórica de Louvain (Bélgica), um estudo que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica após ser submetido a um processo de revisão, mas já pode ser consultado em um arquivo online da Universidade de Cornell (Estados Unidos).
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O trabalho estabelece um método que pode levar a obter uma prova experimental de que existe um "multiverso", uma das conclusões que se desprendem das pesquisas de Hawking sobre o Big Bang nos anos 80.
Sua teoria indica que o universo se expandiu a partir de um ponto minúsculo em um processo conhecido como inflação, embora as equações matemáticas nas quais sustenta essa explicação sugiram, além disso, que a explosão originária esteve acompanhada de um número infinito de começos similares que deram lugar a outros tantos universos.
No seu trabalho póstumo, Hawking propõe que esse processo deixou um rastro na radiação de fundo que inunda nosso universo e que essa evidência pode ser medida.
"Queríamos transformar a ideia de um multiverso em uma estrutura científica que possa ser submetida a toda prova", afirmou ao jornal "The Sunday Times" Hertog, coautor do estudo, intitulado "A Smooth Exit from Eternal Inflation" ("Uma saída suave da inflação eterna").
O trabalho de Hawking e Hertog conclui ainda que o universo no qual nos encontramos continuará se expandindo e terminará se dissolvendo na escuridão quando todas as estrelas esgotarem suas fontes de energia.
"Uma das consequências da inflação é que deve haver uma multidão de universos, mas nunca fomos capazes de medir isto", afirmou o professor de Cosmologia na Universidade de Durham, Carlos Frenk.
Hawking morreu na semana passada em Cambridge (Inglaterra), após ter sofrido desde 1964 uma doença neurodegenerativa (esclerose lateral amiotrófica) que lhe deixou imóvel e lhe obrigava a comunicar-se através de um sintetizador de voz.
Além das suas pesquisas sobre a expansão do universo e os buracos negros, o físico britânico adquiriu fama pelos seus livros de divulgação científica, entre eles "Uma Breve História do Tempo".
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