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Morre Koko, a gorila que "falava" por linguagem de sinais

Ron Cohn/Gorilla Foundation/koko.org
Imagem: Ron Cohn/Gorilla Foundation/koko.org

21/06/2018 14h36

Koko, a gorila que era capaz de se comunicar através da linguagem de sinais, morreu na última terça-feira (19) aos 46 anos em seu refúgio protegido nas montanhas de Santa Cruz, na Califórnia (EUA).

"Koko chegou a milhões de pessoas como embaixadora de todos os gorilas e um ícone de comunicação e empatia entre espécies. Ela foi amada e deixará saudades", disse nesta quinta-feira em comunicado a Fundação Gorila, dedicada à proteção desta espécie e responsável pela segurança do animal.

Koko, que tinha nascido no zoológico de São Francisco em 4 de julho de 1971, tinha um "extraordinário domínio da linguagem de sinais e era a principal embaixadora de sua espécie em perigo de extinção".

"O impacto foi profundo e o que ela nos ensinou sobre a capacidade emocional dos gorilas e suas habilidades cognitivas continuará mudando o mundo", acrescentou a fundação.

Desde muito cedo, Koko impressionou pela sua capacidade para aprender a linguagem de sinais e se comunicar com os humanos através dele.

A pesquisadora Francine "Penny" Patterson junto com a especialista em linguagem de sinais June Monroe trabalharam com KoKo, que rapidamente aprendeu a linguagem e se comunicava com elas.

Assim, como exemplo o gorila informava aos visitantes dos zoológico - através da linguagem para surdos - que não lhe dessem alimentos.

Igualmente icônica foi a foto que ela mesma tirou diante de um espelho para a capa da "National Geographic" quando a revista publicou uma resenha sobre o animal em 1978.

Sete anos depois, a revista voltou a publicar outro artigo e KoKo foi novamente a figura da sua fachada junto com All Ball, um gato que tinha escolhido como presente de aniversário.

Koko ensinou muito aos humanos sobre a capacidade afetiva dos gorilas reagindo com sensibilidade a diferentes momentos na vida.

Nos veículos de imprensa foi amplamente resenhada também a tristeza que mostrou Koko pela morte de All Ball e em uma conversa com Patterson o gorila mostrou sua tristeza e comunicou as palavras "gato", "pranto" e "tenho pesar".

Ao conhecer hoje a notícia da morte de KoKo, ocorrida "na terça-feira enquanto dormia", o site da fundação sofreu problemas técnicos perante a grande afluência de visitantes que buscavam mais informação.

A Fundação Gorila anunciou que honrará a memória e "legado" do primata com projetos em curso que incluem um santuário para gorilas em Maui (Havaí), e na conservação da vida selvagem na África, bem como no desenvolvimento de um aplicativo para telefones sobre a linguagem de sinais.

Pesquisas sobre os DNA dos gorilas estabeleceram que seu código genético é de 95% a 98% igual ao dos humanos, sendo o terceiro mais próximo ao homem depois de duas espécies de chimpanzés.