Café turbina o rendimento até de células solares, descobrem cientistas
Redação Central, 25 abr (EFE).- A comunidade científica está em busca de alternativas mais baratas para as células fotovoltaicas feitas de silício, por isso estão sendo investigados outros materiais como a perovskita, um mineral que, segundo uma pesquisa de um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia, torna possível a obtenção de placas solares mais eficientes e que geram mais energia se for acrescido de cafeína.
A pesquisa foi publicada na revista científica "Joule", da editora Cell, e, segundo seus responsáveis, a cafeína pode ajudar a obter "uma alternativa promissora" às células fotovoltaicas tradicionais.
A ideia, segundo relatam os cientistas em uma nota da Cell, começou com uma piada durante o café da manhã: os cientistas discutiam sobre as células fotovoltaicas de perovskita até que um deles brincou dizendo que os equipamentos, assim como nós, precisariam de café para render melhor.
A brincadeira fez com que a equipe lembrasse que a cafeína oriunda do café é um composto alcaloide com estruturas moleculares que poderiam interagir com a perovskita, uma estrutura cristalina de vários compostos.
Na atualidade, grupos de pesquisa de todo o mundo estudam formas para produzir placas solares mais eficientes e baratas que as tradicionais de silício e a perovskita se transformou em um bom candidato.
Mesmo que tenham ocorrido avanços, um dos desafios continua sendo aumentar a estabilidade térmica das células fotovoltaicas, melhorando sua camada de perovskita através da introdução de compostos como o dimetilsulfóxido.
No entanto, ao fazê-lo, os pesquisadores tiveram dificuldades para aumentar a eficiência e a estabilidade das células fotovoltaicas feitas com esse material no longo prazo. Até então, ninguém tinha testado a cafeína.
No departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade da Califórnia, Yang Yang e sua equipe acrescentaram cafeína a uma camada de perovskita de 40 células fotovoltaicas e utilizaram espectroscopia infravermelha para determinar se a cafeína havia aderido com sucesso ao material.
Os pesquisadores constataram que sim e que tal interação aumentou a quantidade mínima de energia requerida para que a película de perovskita reagisse, aumentando a eficiência da célula solar de 17% para mais de 20%.
"Os resultados nos surpreenderam", disse Wang, que acrescentou: "durante a nossa primeira tentativa de incorporar a cafeína, nossas células fotovoltaicas de perovskitas já atingiram quase a mais alta eficiência alcançada no papel".
Embora a cafeína pareça melhorar significativamente o rendimento das células que utilizam perovskita para absorver a luz solar, os pesquisadores não acreditam que ela seja útil para outros tipos de células fotovoltaicas.
A estrutura molecular única da cafeína só permite que ela interaja com os precursores da perovskita, o que pode dar a esta variedade de células fotovoltaicas uma vantagem no mercado.
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