Topo

'Segurança das pessoas': Ricardo Nunes justifica suspensão do Uber Moto em São Paulo

Prefeito destaca que há 68 mil pacientes na fila de espera por cirurgia ortopédica na cidade - Gabi Viña/UOL
Prefeito destaca que há 68 mil pacientes na fila de espera por cirurgia ortopédica na cidade Imagem: Gabi Viña/UOL

São Paulo

10/01/2023 16h24

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) avalia ser "muito difícil" que o Uber Moto seja liberado na cidade de São Paulo. Como dificuldades, citou a "complexidade" do trânsito na capital paulista e também a fila de pacientes que esperam por cirurgia ortopédica — muitos deles por acidente de moto, segundo ele.

"A grande preocupação é com a segurança das pessoas", disse Nunes, nesta terça-feira (10), em entrevista à Rádio Eldorado, mas frisou estar aberto ao diálogo com a empresa. "Precisamos salvar as vidas. Não posso deixar que qualquer atividade na cidade seja implementada sem que a gente possa garantir a vida das pessoas."

A Uber havia anunciado, na última quinta-feira (5), o início da oferta de viagens com motocicleta para passageiros nas cidades de São Paulo, por um preço menor do que o do UberX. A Prefeitura, porém, suspendeu o serviço e montou grupo de trabalho para discutir a liberação com a empresa e especialistas, de acordo com Nunes.

O prefeito argumentou que o trânsito da capital movimenta 7 milhões de veículos e, só em dezembro de 2020, fez 6,5 vítimas a cada 100 mil habitantes — a meta é reduzir esse número para 4,5 a cada 100 mil, disse. Ele também destacou que há 68 mil pacientes na fila de espera por cirurgia ortopédica na cidade, muitos deles por causa de acidente com moto.

"As questões relacionadas a acidente de motos levam a situações gravíssimas, inclusive óbitos. Então, não é possível que a cidade de São Paulo vá poder assistir a uma empresa que é importante para a cidade, sediada aqui, fazer alguma atividade sem que nos apresente qual é o plano, quantas pessoas podem ser transportadas, se tem segurança, se vai ter o capacete", disse.

Nunes, contudo, frisou que está disposto a dialogar e disse acreditar que a empresa "deve ter tido algum estudo consistente que demonstre que não vai gerar um monte de óbitos" com a atividade.

Conforme mostrou o Estadão, Luciana Ceccato, diretora de marketing da Uber no Brasil, destacou que, "antes de desembarcar nas duas maiores cidades brasileiras (São Paulo e Rio)", a empresa passou "mais de dois anos estudando o uso do produto em diversos lugares. "Avaliamos o comportamento que o Uber Moto teve em diferentes municípios brasileiros."