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FBI desmonta maior rede de computadores a serviço de crimes virtuais

Imagem: REUTERS/Carlo Allegri

31/05/2024 18h17

O FBI desmontou o que considera a maior botnet (esquema cibernético criminoso) do mundo, com mais de 19 milhões de computadores em cerca de 200 países. Hackers compravam os endereços de IP para cometer crimes virtuais em grande escala. O criador desse esquema de cibercrime, que teria faturado mais de US$ 99 milhões, foi preso.

De acordo com documentos judiciais, o chinês YunHe Wang supostamente propagou um malware (software criado para causar danos) para comprometer e capturar uma rede de computadores. As botnets são redes de computadores sequestrados para aplicação de golpes e fraudes. O cibercrime costuma dar certo porque os proprietários dos dispositivos geralmente não ficam cientes do que está acontecendo.

Com 150 servidores dedicados, ele controlava os dispositivos infectados e vendia o acesso para cibercriminosos. Apenas nos EUA, havia cerca de 614 mil endereços de IPs fraudados, de acordo com autoridades.

"Esses criminosos usaram os computadores sequestrados para ocultar suas identidades e cometeram uma série de crimes, desde fraude até perseguição cibernética", explicou em nota a chefe da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA, Nicole M. Argentieri.

O malware provavelmente foi propagado por meio de programas de rede privada virtual (VPN) e serviços de pagamento por instalação.

"YunHe Wang criou e administrou um serviço de proxy residencial —uma botnet conhecida como 911 S5 —que afetou milhões de computadores em todo o mundo", disse em nota o procurador dos EUA Damien M. Diggs.

"Ele agora será responsabilizado. Serviços de proxy como o 911 S5 são ameaças generalizadas que protegem os criminosos por trás dos endereços IPs comprometidos de computadores residenciais em todo o mundo", explicou.

A botnet possibilitou a execução de fraudes financeiras, perseguição, transmissão de ameaças de bombardeio e de danos, exportação ilegal de mercadorias e acesso a materiais de exploração infantil.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) estima que bilhões de dólares tenham sido furtados de instituições financeiras por meio de golpes em emissões de cartões de créditos e programas de empréstimos federais.

A polícia prendeu YunHe, no dia 24 de maio. De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ele e outros criminosos teriam conseguido, de 2018 até julho de 2022, cerca de US$ 99 milhões de dólares com a venda dos IPs hackeados. O cibercriminoso comprou com o dinheiro uma Ferrari, duas BMWs, um Rolls Royce e 21 imóveis nos Estados Unidos, Caribe, China, Singapura, Tailândia e Emirados Árabes Unidos.

"Prendemos o administrador (do crime virtual), Yunhe Wang e apreendemos seus bens. Agora, vamos aplicar sanções contra Wang e os seus co-conspiradores", o diretor do FBI, Christopher Wray.

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