Uso desnecessário do Viagra pode levar a quadro de disfunção erétil, diz médico
O uso de medicamentos como o Viagra (sildenafil) e o Cialis (tadalafil) por quem não precisa pode levar à dependência psicológica e, como consequência, a um quadro de disfunção erétil. É o que afirma o médico Leonardo Eiras Messina, da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo.
Nesta quarta-feira (28), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que a patente do Viagra chega ao fim em junho, o que permitirá a produção de genéricos e tornará o tratamento mais acessível à população. Inclusive por homens que não sofrem do problema e querem apenas melhorar sua performance. "Às vezes a pessoa tem uma pequena falha e se beneficia do remédio; depois fica com receio de ficar sem", comenta.
"O acompanhamento médico é primordial antes de usar esses remédios", explica Messina. A principal contraindicação da droga é para cardíacos que fazem uso de nitratos. Nesses pacientes, as reações podem ser graves e levar à morte. De um modo geral, os usuários podem ter dores de cabeça e rubor facial, entre outros efeitos colaterais.
Para o urologista, a esperada redução no preço do tratamento é positiva para a população. "Muitos pacientes não usam o medicamento de forma contínua porque é caro", relata. Homens com disfunção erétil têm de tomar a droga toda vez que tiverem relações sexuais. "Mas eles são facilitadores da ereção, ou seja, só funcionam se houver estímulo", esclarece.
A indicação do tipo de remédio, de acordo com o médico, depende do perfil do paciente. No caso do Viagra, é preciso que a cápsula seja tomada uma hora antes da relação e o efeito é de aproximadamente cinco horas. Já o Cialis tem um efeito de até 36 horas, portanto seria mais indicado quando o paciente sabe que poderá ter relações no dia seguinte também.
O Viagra e o Cialis são inibidores da fosfodiesterase do tipo 5 (PDE5), enzima envolvida no processo de ereção. Além deles, há outras opções no mercado, como o Levitra (vardenafil), da Bayer, e o Helleva, do laboratório Cristália, esse último produzido no Brasil.