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"A natureza não está esperando enquanto negociamos", diz secretário-geral da ONU

Liilan Ferreira<br> Do UOL Ciência e Saúde<br> Em Cancún (México)

07/12/2010 23h44

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou a Cancún para a abertura da segunda semana de negociações, o chamado segmento de alto nível, quando presidentes e ministros discutem propostas e buscam um acordo sobre mudanças climáticas na COP-16.

Apesar de esperar decisões em adaptação, tecnologia, financiamento e florestas já neste ano, Ki-moon não vê ainda possibilidade de se avançar nas metas de redução dos gases do efeito estufa. “A natureza não está esperando enquanto negociamos”, diz.

“As metas estão na mesa (para os países do Protocolo de Kyoto e para o mundo em geral, no grupo de trabalho a longo prazo), existem propostas para os países desenvolvidos e em desenvolvimento. Mas detalhes importantes ainda precisam ser discutidos”, afirma. Segundo ele, Kyoto é importante por ser o único acordo legal que obriga os países a reduzirem suas emissões.

O secretário geral diz que acredita em progresso nos elementos deixados pelo Acordo de Copenhague, definido na Conferência do Clima do ano passado. Em adaptação, ele ressalta que ações imediatas são necessárias, além do rápido financiamento e da disseminação de tecnologia verde para progredir na luta contra o aquecimento global.

“Não existe uma solução mágica, temos que caminhar para avanços na direção certa. Os governos precisam mostrar seriedade nas propostas para alcançar um acordo. Temos que transformar nossa economia em baixo carbono, com energia limpa”.

Brasil

A delegação brasileira afirmou que está otimista com o fechamento de um acordo nesta semana.

“Claro que temos problemas políticos, senão a presidente da COP não teria nos pedido para facilitar as negociações, mas estou otimista. Esperamos ter bons resultados até sexta. Temos que nos esforçar para chegar nesse pacote balanceado”, disse a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira.

Já o negociador-chefe do Brasil, Luiz Alberto Figueiro, acredita que é possível desenhar um caminho para um acordo. “Se tivermos um resultado no grupo de longo prazo que valha a pena como um código legalmente vinculante, o Brasil é a favor. Mas se o resultado for fraco, não queremos cristalizar isso”, concluiu.