Topo

Em dia de protesto, direito de ir e vir fica limitado na COP

Lilian Ferreira

Do UOL Ciência e Saúde<br>Em Cancún

08/12/2010 14h22

Dois acontecimentos marcaram a terça-feira (7): o primeiro grande protesto desta COP-16, Conferência do Clima, que ocorre em Cancún, no México, e a abertura da segunda semana de negociações com os chefes de Estado e ministro.

Em um dia como este, não é possível andar livremente pelas sedes da Conferência. Para tentar ir conferir o protesto que acontecia na estrada de liga Cancún a Playa Del Carmem e passa pelo Resort Moon Palace, uma dos locais da COP, a primeira tentativa foi pegar o ônibus que iria para a CancunMesse, outro local oficial.

Ao questionar o oficial encarregado se poderia descer na porta, e não só no centro de convenções, veio a primeira negativa. Ok, vou procurar outro meio de transporte que me leve para a estrada que fica a cerca de 20 minutos de ônibus dos prédios de evento.

Nada de táxis dentro do hotel nestes dias de Convenção, e os carrinhos de golf que transportam funcionários e hóspedes também não estavam funcionando.

Vou a pé, então, disse para um dos responsáveis pela segurança. Ledo engano. Fui advertida de que também não poderia sair dali a pé. O jeito era ficar mesmo presa naquela região.

O protesto chegou a fechar a estrada, o que fez com que ônibus se amontoassem no Moon Palace. No final, não houve confronto com a polícia e as centenas de manifestantes se dispersaram no início da tarde.

Mas ainda estava para começar a abertura do chamado segmento de alto nível, que reúne presidentes e ministros para discutirem soluções políticas para as mudanças climáticas.

O prédio Maya estava com segurança reforçada e várias áreas fechadas para circulação. Ao tentar comprar o tíquete para o restaurante na hora do almoço, não podia chegar ao balcão de venda por que o local era passagem de presidentes. A solução foi dar uma volta e comprar o ingresso no próprio restaurante.

Foi um dia em cárcere privado em um resort no Caribe.