Anvisa pode definir hoje proibição da venda de emagrecedores no país

Em reunião aberta, a diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão responsável por regular os medicamentos no país, deve analisar e votar na manhã desta terça-feira (4) o relatório que recomenda a proibição da venda de inibidores de apetite. 

A discussão sobre o tema começou no início do ano, sob a alegação de que os riscos à saúde desses remédios superam os benefícios. No começo dos debates, a ideia era banir todos medicamentos com derivados de anfetaminas (femproporex, mazindol e anfepramona) e a sibutramina.

Caso a decisão seja aprovada, das drogas contra a obesidade só poderão ser comercializadas aquelas com base, por exemplo, no orlistate (princípio ativo do Xenical), que atuam diretamente no intestino e não sobre o sistema nervoso central, como os derivados de anfetamina e a sibutramina.

O relatório elaborado pelos técnicos da Anvisa e apresentado aos membros da Câmara Técnica de Medicamentos em setembro passado mostrou que a agência recuou na decisão de proibir a venda de emagrecedores.

A pressão da categoria pode ter sido um dos motivos para flexibilizar a ideia original. No novo documento, apenas os medicamentos com derivados de anfetaminas são proibidos, mas é mantida a venda daqueles a base de sibutramina sob restrição maior.

Estudos indicam que os medicamentos, também chamados de anorexígenos, podem provocar problemas cardiopulmonares e no sistema nervoso central.

O consumidor de sibutramina também deve estar atento aos efeitos colaterais da droga. Desde março do ano passado, elas passaram a ter um controle maior de prescrição e venda no Brasil. Antes, eram tarja vermelha e passaram a ser tarja preta e vendidas com receita azul (na qual a numeração é fornecida pela Vigilância Sanitária). A decisão se baseou em estudo que verificou que o uso contínuo pode aumentar o risco de infarto e AVC (acidente vascular cerebral). Na Europa, o uso da droga é proibido.