Mais de 50 pacientes são atendidos nos corredores de hospital público no Ceará
Mais de 50 pacientes estão sendo atendidos de forma improvisada nos corredores do Hospital Geral de Fortaleza (HGF). A média de tempo de permanência dessas pessoas fora dos leitos é entre sete e oito dias. Muitos dos internados sequer são encaminhados a um leito antes da alta.
De responsabilidade do Governo do Ceará, a unidade tem um perfil de atendimento terciário, ou seja, deveria se destinar ao acolhimento de pacientes com problemas graves. O hospital disponibiliza 108 leitos de entrada, mas o número é insuficiente para a demanda. A situação mais grave já foi parcialmente revertida com a transferência de 16 pacientes para outros hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), dois para enfermarias do HGF e dois receberam alta, no último sábado. Ou seja, o HGF chegou a atender 70 pacientes nos corredores.
O irmão da operadora de telemarkting Patrícia Sousa Marques, 28, recebeu medicação nos corredores do HGF, junto a outras dezenas de pacientes. A jovem conta que não tem o que reclamar do atendimento dos médicos e enfermeiros que, segundo ela, foram atenciosos e prestativos. No entanto, ver ao irmão receber a medicação em macas do hospital ficou pensando o quanto devia ser difícil ver um parente internado dias naquele local. “É gente em maca em todos os lugares que você olha. É terrível”.
De acordo com o chefe da emergência, o médico Romel Araújo, muitos dos internados que passam pelo setor poderiam ser encaminhados a hospitais secundários, ou seja, de média complexidade.
“O grande problema é que, por mais que a gente consiga agilizar o atendimento, se não tivermos uma rede secundária de apoio, não adianta”, aponta Araújo. Segundo ele, a cidade de Fortaleza não tem uma rede secundária resolutiva e boa parte dos municípios da Região Metropolitana segue o mesmo exemplo.
Ainda de acordo com o médico, a situação já foi mais grave. O hospital chegou a atender, antes da gestão do chefe da emergência, cerca de 140 pacientes nos corredores hospitalares. Medidas práticas e simples conseguiram reduzir para menos da metade a fila de espera.
“A primeira ação foi otimizar o atendimento, implantando a linha de cuidados dos pacientes. Ao definir os pacientes mais graves, com o protocolo de acolhimento e classificação de riscos”, pontua Araújo. Segundo o médico, a linha do cuidado procurou trabalhar com toda a equipe. Com a integração, foi possível diminuir o tempo de realização dos procedimentos e dar alta com mais rapidez aos pacientes em condições clínicas favoráveis ou transferir para outros hospitais.
A reunião realizada durante toda a tarde desta segunda, 17, na direção do HGF e a Secretaria de Saúde do Ceará, tentou encontrar soluções para a questão. A proposta lançada, segundo Araújo, é iniciar a aumentar as relações na rede hospitalar pública e privada, nos hospitais que disponibilizam leitos pelo SUS.
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