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Você é do tipo que lidera, apoia ou cumpre ordens?

Alfa é o líder, enquanto o beta é o segundo na hierarquia e o ômega é o último da fila - Arte UOL
Alfa é o líder, enquanto o beta é o segundo na hierarquia e o ômega é o último da fila Imagem: Arte UOL

Chris Bueno

Especial para o UOL Ciência e Saúde

03/11/2011 07h00

Você é alfa, beta ou ômega? Não, não se trata de revisão do alfabeto grego, de uma nova religião ou de um problema de saúde. Os termos, emprestados da zoologia, estão sendo cada vez mais utilizados para se referir a pessoas que lideram, que auxiliam ou cumprem ordens. Mas o que seria exatamente cada um deles?

Na zoologia, essa denominação é usada para avaliar o papel dos membros de uma comunidade animal, por exemplo, uma família de chimpanzés ou uma matilha de cães. Dentro dessas comunidades, o alfa seria o líder, o beta seria o segundo em comando, ou seja, o assistente, e o ômega estaria no final dessa estrutura social – seria, portanto, o indivíduo mais fraco. Esses termos começaram a ser usados no mercado de trabalho, justamente para diferenciar líderes de seguidores, e a moda pegou. Hoje é comum ouvirmos esses termos na escola, no trabalho, nos bares, na mídia.

No entanto é bom lembrar que esses termos, quando usados para caracterizar uma conduta humana, não são científicos. Ou seja, não são utilizados pela biologia, psicologia, psiquiatria ou sociologia. Não existem também pesquisas apontando que essas características sejam inatas, isto é, que uma pessoa nasce com aptidão para liderar ou para obedecer. São apenas modos de nomear pessoas com características especiais.

Para a zoologia, o alfa (geralmente um macho) é o chefe do grupo, responsável por defender o território, proteger seus membros e acasalar com as fêmeas. O termo começou a ser aplicado a seres humanos não apenas para distinguir o líder, mas também para se referir aqueles homens que gostam de enfatizar suas características masculinas, ou seja, são durões, decididos, fortes e conquistadores.

Homens alfa não gostam, portanto, de exibir suas emoções, chorar em público ou dar mostras de sensibilidade – mesmo porque isto poderia ser visto como um sinal de fraqueza. Mas isto não quer dizer que eles sejam insensíveis. “O homem alfa seria o machão melhorado, viril, autoconfiante, meio Don Juan no trato com as mulheres”, aponta Valdeci Gonçalves da Silva, psicólogo e professor de psicologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Sem perder a ternura

Ser um homem alfa não significa ser machista, nem ogro. Ou seja, o homem alfa não precisa comer carne crua, cuspir no chão ou se meter em brigas para provar sua força e sua condição de líder. “O homem alfa não precisa de demostração de força ou de agressividade para se impor. Ele consegue exercer sua liderança com tranquilidade e confiança. É uma questão de postura”, afirma o historiador Luiz Chorro.

Chorro, ele mesmo um homem alfa, está acostumado a chefiar bandos: ele dá aula para adolescentes e adultos. E afirma que dificilmente tem problema com algum aluno questionando sua autoridade ou com falta de respeito dentro da sala de aula. “Eu sou uma pessoa tranquila e descontraída, gosto de fazer com que meus alunos se sintam à vontade, mas eles sabem que eu sou o líder e me respeitam”.