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Polícia investiga desvio de preservativos e remédios do SUS no Piauí

Carlos Madeiro<br>Especial para o UOL Ciência e Saúde

11/11/2011 18h48

A Polícia Civil do Piauí abriu inquérito para investigar um suposto esquema de desvio de medicamentos, soros e preservativos, que deveriam ser destinados a unidades de saúde e pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), mas estariam sendo comercializados no Estado. O material desviado seria da Secretaria de Estado da Saúde.

Nesta quinta-feira (10), policiais da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo realizaram uma operação e encontraram centenas de caixas de medicamentos e insumos estocadas irregularmente em um depósito no bairro Pio XII, em Teresina. Segundo a polícia, a mercadoria estava sem nota fiscal. Cálculos iniciais dão conta que o prejuízo dos cofres públicos com o esquema pode chegar a R$ 3 milhões.

Muitos das caixas de medicamentos apreendidas tinham o selo do Ministério da Saúde e são de comercialização proibida. Entre o material estavam várias caixas de soro fisiológico, que deveriam ir para as unidades públicas de saúde. Já as caixas de preservativos têm estampadas “distribuição gratuita” e deveriam ser distribuídas nos postos municipais.

Segundo o delegado Roberto Carlos Sales, a polícia e a Secretaria da Fazenda investigam o desvio dos medicamentos há 90 dias. “Essa mercadoria de uso restrito foi desviada com a conivência de funcionários da Secretaria de Saúde. Já temos nomes, mas não podemos revelar para não atrapalhar as investigações”, disse.

Nesta sexta-feira, o delegado ouviu o proprietário do depósito onde estava o material. Ele teria informado que comprou o material de um vendedor sem saber que se tratava de medicamentos destinados à rede pública de saúde. Ele disse ainda que estava aguardando a entrega da nota fiscal do produto. O UOL Ciência e Saúde não conseguiu localizar o empresário nem o seu advogado.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o “suposto desvio “está sendo “cautelosamente” apurado. “A Secretária de Estado da Saúde, Lilian Martins, tem compromisso em zelar pelo patrimônio público e, tão logo seja anunciado os nomes dos possíveis servidores envolvidos, determinará que os mesmos sejam submetidos aos procedimentos legais de praxe, podendo sofrer as penalidades cabíveis, se comprovado o envolvimento nesta prática delituosa”, complementou.