Aziz Ab'Saber deixa obra completa em DVD e livro a ser publicado
Aziz Ab’Saber, um dos mais prestigiados geógrafos brasileiros, morreu aos 87 anos nesta manhã. O professor entregou ontem (15) à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência um DVD com sua obra completa, de 1946 a 2010, em um DVD, "para ser entregue a amigos, colegas da Universidade e ao maior número de pessoas", informou a instituição. A SBPC ainda deve publicar o terceiro volume da coleção “Leituras Indispensáveis”, última obra de Ab'Saber.
O geógrafo é autor de estudos e teorias fundamentais para o conhecimento dos aspectos naturais do Brasil. Ele trabalhava atualmente no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP) e era presidente de honra e ex-presidente e conselheiro da SBPC.
Nascido em São Luís do Paraitinga, em 24 de outubro de 1924, Ab'Saber desenvolveu centenas de pesquisas e tratados de relevância internacional nas áreas de ecologia, biologia evolutiva, fitogeografia, geologia, arqueologia e geografia.
Em seu comunicado, a SBPC conta que um dia antes de morrer, o professor fez sua última visita à instituição. “Tenho o grande prazer de enviar para os amigos e colegas da Universidade o presente DVD que contém um conjunto de trabalhos geográficos e de planejamento elaborados entre 1946-2010. Tratando-se de estudos predominantemente geográficos, eu gostaria que tal DVD seja levado ao conhecimento dos especialistas em geografia física e humana da universidade”, diz Ab'Saber em sua dedicatória.
Ab'Saber deixou ainda sua última obra, o terceiro volume da coleção “Leituras Indispensáveis”, a ser publicado pela SBPC. O livro faz uma homenagem ao trabalho dos primeiros geógrafos no interior do Brasil, como José Veríssimo da Costa Pereira e Carlos Miguel, e às primeiras expedições de Candido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon (1865 a 1958). Contempla também trabalhos sobre à cidade de São Paulo.
Ab'Saber – que também foi professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP – recebeu diversas láureas, como o Prêmio Jabuti em ciências humanas (1997 e 2005), e em ciências exatas (2007); o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia (1999), concedido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia; a Medalha de Grão-Cruz em Ciências da Terra pela Academia Brasileira de Ciências; e o Prêmio Unesco para Ciência e Meio Ambiente (2001).
Grande ambientalista, em suas últimas declarações sobre o novo Código Florestal, o professor criticou o texto por não considerar o zoneamento físico e ecológico de todo o país, como a complexa região semi-árida dos sertões nordestinos, o cerrado brasileiro, os planaltos de araucárias, as pradarias mistas do Rio Grande do Sul, conhecidas como os pampas gaúchos, e o Pantanal mato-grossense. Na ocasião, ele chegou a defender a criação do Código da Biodiversidade para contemplar a preservação das espécies animais e vegetais.
(Com Jornal da Ciência e SBPC)
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