Topo

Como diferenciar um elefante de um gato? Verifique a laringe

The New York Times

17/08/2012 18h47

Os elefantes emitem bramidos para se comunicar, enviando vibrações que outro elefante consegue sentir através das patas. Contudo, até recentemente ninguém sabia como eles produziam seus sons estrondosos. Eles ronronavam como os gatos ou seus sons eram apenas muito graves?

Um novo estudo publicado na revista Science sugere uma resposta: os elefantes emitem bramidos da mesma forma que as pessoas conversam ou cantam, induzindo um fluxo de ar através das compridas cordas vocais e permitindo que vibrem. Essas são as maiores entre as cordas já demonstradas que produzem esse tipo de som.

"Eles estão essencialmente cantando, mas como suas cordas vocais são tão grandes, que produzem sons muito graves", afirmou um dos autores do artigo, Tecumseh Fitch, biólogo da Universidade de Viena.

Alguns cientistas antes favoreciam a analogia com os gatos: para ronronar, eles contorcem as cordas vocais de forma rítmica, uma vez que, se não fizessem isso, as cordas seriam curtas demais para produzir sons tão graves. Contudo, Fitch e seus colegas suspeitam que as cordas vocais de 10 centímetros de comprimento dos elefantes podem produzir sons graves vibrando livremente.

As frequências centrais do bramido de muitos elefantes são muito baixas para o ouvido humano – nós ouvimos apenas os sons secundários, mais agudos, e sentimos as vibrações mais graves em nosso tórax se estivermos a uma distância próxima o bastante.

Fitch e seus colegas fizeram a descoberta usando a laringe de um elefante africano que tinha morrido em um zoológico de Berlim. Eles prenderam a laringe a um tubo e induziram a passagem de ar quente e úmido através dela enquanto registravam seus sons e movimentos. Desde a primeira tentativa, a laringe produziu o som inconfundível de um elefante, afirmou Fitch.

"O mugido da vaca, o bramido do elefante e a ecolocalização do morcego são produzidos através do mesmo processo", acrescentou o cientista. "É realmente extraordinário possuir uma teoria fisiológica que pode explicar essa variação." (Sindya N. Bhanoo)