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Cientistas do Uruguai criam ovelhas que "brilham" no escuro

Cientistas do Uruguai desenvolveram nove ovelhas geneticamente modificada que brilham em luz UV - Instituto de Reproducción Animal Uruguay
Cientistas do Uruguai desenvolveram nove ovelhas geneticamente modificada que brilham em luz UV Imagem: Instituto de Reproducción Animal Uruguay

Do UOL, em São Paulo

04/05/2013 06h01

Cientistas do Uruguai afirmam que nove ovelhas podem ajudar a melhorar o estudo da medicina genética. Nascidas há seis meses na fazenda do Instituto de Reprodução Animal do Uruguai (IRAUy, na sigla em espanhol), elas foram geneticamente modificadas para "brilhar" no escuro. É a primeira vez que esse tipo é desenvolvido na América Latina.

Os animais ganharam uma proteína verde fluorescente que cria uma reação de luminescência quando expostos a determinadas condições de luz ultravioleta – facilitando a identificação dos indivíduos geneticamente modificados no rebanho. O grupo isolou a mesma proteína que existe na medusa e a colocou nos embriões dos animais.

O IRAUy informa que o projeto foi desenvolvido com o objetivo de "refinar métodos de manipulação genética". Mas ressalta que a nova técnica vai ajudar a ciência, pois oferece "alternativas que podem ser aplicadas na medicina humana".

"Nós não estamos no mercado para vender tecnologia. Nosso foco é gerar conhecimento, torná-lo acessível para ajudar a comunidade científica nessa longa jornada para tornar a vida das pessoas melhores", enfatiza o veterinário Alejo Menchaca, fundador do IRAUy, uma organização não-governamental ligada à Unidade de Animais Geneticamente Modificados do Instituto Pasteur de Montevidéu, braço uruguaio da renomada instituição francesa.

Segundo o veterinário, eles decidiram usar uma proteína que funciona como um “marcador natural”, e não genes de interesse médico, porque a técnica ainda é complexa e muito lenta. Mas ele lembra que, diante do interesse farmacêutico, as pesquisas passarão a trabalhar mais com substâncias que vão ajudar as pessoas, isto é, incorporar nos animais insulina ou genes responsáveis pelos hormônios de crescimento humano. 

"Daqui a pouco não será preciso receber hormônios de crescimento para você se tornar o melhor jogador de futebol do mundo", diz Menchaca sobre o argentino Leonel Messi. O jogador tinha de fazer um caro tratamento de crescimento quando era adolescente, mas nenhum time argentino queria arcar com o valor mensal de US$ 900. Quando o time do Barcelona disse que ajudaria a pagar a conta, a família do menino se mudou de país.