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Ingrediente de sabão trata lesão muscular grave, descobre estudo

Do UOL, em São Paulo

27/08/2013 14h12

Por esta você não esperava: um composto químico encontrado no sabão usado em máquinas de lavar roupas pode ser um grande aliado no tratamento de músculos gravemente lesionados, em casos como amputações e acidentes de carro.

A descoberta foi feita pelo time de medicina regenerativa do Instituto Wake Forest Baptist, nos Estados Unidos, e publicada no periódico científico PLOS ONE nesta segunda-feira (26).

INFOGRÁFICO

  • Arte UOL

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Segundo os pesquisadores, o percarbonato de sódio (ou PCS), um mix de moléculas de carbonato de sódio e de peróxido de hidrogênio, pode atuar como um preservador dos tecidos musculares justamente pela mesma característica que o faz limpar roupas. É que ao entrar em contato com a água, o PCS gera bolhas de oxigênio que ajudam a limpar bem tecidos e remover manchas.

Porém, a pesquisa revela que o PCS alterado em laboratório, e posteriormente injetado em um músculo, proporciona uma dose extra de oxigênio muito valiosa na recuperação de uma lesão.

Essa geração emergencial de oxigênio pelo PCS dura cerca de três horas e, uma vez dentro do músculo, retarda sua deterioração, dando tempo para que uma cirurgia seja feita e evitando dano irreversível ao tecido.

"Normalmente, numa lesão grave, é reduzido o fluxo de sangue direcionado ao músculo, que começa a morrer. Por isso, gerar oxigênio nesse cenário é um desafio", explicou Benjamin Harrison, médico do Instituto.

Segundo ele, o tratamento, que foi feito em tecido muscular isolado em laboratório e também em camundongos, pode ajudar até na recuperação de ferimentos causados em zonas de guerra.

"Os poucos tratamentos disponíveis até hoje requerem que as veias estejam intactas para manter um eventual fluído reparatório, o que quase nunca é possível quando há lesão no músculo", destaca o médico.

Agora, segundo ele, serão necessárias pesquisas adicionais para determinar se o PCS tem a mesma ação quando aplicado a músculos maiores e, consequentemente, se pode ou não ser usado em humanos.