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Teóricos da partícula de Higgs ganham Nobel de Física 2013

Do UOL, em São Paulo

08/10/2013 07h56Atualizada em 08/10/2013 10h54

O belga François Englert, 80, e o britânico Peter Higgs, 84, ganharam o Prêmio Nobel de Física 2013, anunciou nesta terça-feira (8) a instituição, em Estocolmo, na Suécia.

O que é a partícula de Higgs?

Segundo teorias da Física, o bóson Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do universo. Diferente dos átomos, feitos de massa, as partículas de Higgs não teriam nenhum elemento em sua composição. Elas são importantes porque dão respaldo a uma das mais aceitas teorias acerca do universo - a do Modelo Padrão, que explica como outras partículas obtiveram massa. Segundo essa tese, o universo foi resfriado após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os Bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais

FONTE: BBC

Ambos foram laureados pela descoberta da existência de uma partícula elementar batizada como bóson de Higgs, também conhecida como "partícula de Deus", que confere massa a outras partículas.

Os dois cientistas eram favoritos para ganhar o prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,25 milhão de dólares). A dupla, separadamente, previu a existência da partícula - fundamental para explicar porque a matéria tem massa elementar - há quase 50 anos.

O trabalho teórico foi finalmente provado no ano passado em experiências feitas no gigantesco colisor do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN).

Higgs é professor emérito da Universidade de Edimburgo, na Escócia. Já Englert é professor emérito da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica, da universidade de Tel Aviv, em Israel, e da Chapman University, nos Estados Unidos.

Havia um consenso entre os cientistas que o Nobel iria reconhecer a descoberta do bóson de Higgs, um dos grandes acontecimentos do mundo da física nos últimos tempos.

No entanto, seis cientistas publicaram estudos relevantes sobre o bóson de Higgs em 1964, e milhares de outros colaboraram para detectá-lo no gigantesco acelerador de partículas do Cern. O testamento de Alfred Nobel limita o prêmio a no máximo três pessoas.

Higgs, Englert e outro belga, Robert Brout, eram favoritos porque tiveram os trabalhos citados com mais frequência por outros pesquisadores. No entanto, Brout morreu em 2011 e o prêmio não pode ser concedido postumamente.

O Cern anunciou em julho de 2012 que havia descoberto o bóson de Higgs e isso motivou a expectativa de que Higgs ganharia o Nobel já no ano passado. Mas, na época, os dados preliminares do Cern ainda precisavam ser confirmados, o que só aconteceu neste ano.

Nobel 2013

O Nobel de física é o segundo a ser entregue este ano. Os cientistas James E. Rothman e Randy W. Schekman, dos Estados Unidos, e o Thomas C. Südhof, da Alemanha, ganharam, conjuntamente, o Prêmio Nobel da Medicina 2013, anunciado na segunda-feira (7). 

Ao longo desta semana serão anunciados os ganhadores do Nobel de Química (quarta-feira), Literatura (quinta-feira) e da Paz (sexta-feira). A edição deste ano dos prêmios se encerra na próxima segunda-feira (14), com o de Economia.

A entrega dos Nobel acontece, de acordo com a tradição, em duas cerimônias paralelas, em Oslo para o da Paz e em Estocolmo para os restantes, no dia 10 de dezembro, coincidindo com o aniversário da morte de Alfred Nobel. (Com agências internacionais)

Ganhadores do Nobel de Física nos últimos 10 anos

2013Petter Higgs (Reino Unido) e François Englert (Bélgica)
2012Serge Haroche (França) e David Wineland (EUA)
2011Saul Perlmutter (EUA), Adam Riess (EUA) e Brian Schmidt (EUA/Austrália)
2010Andre Geim (Holanda) e Konstantin Novoselov (Rússia/Reino Unido)
2009Charles Kao (EUA/Reino Unido), Willard Boyle (EUA/Canadá) e George Smith (EUA)
2008Yoichiro Nambu (Estados Unidos), Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa (Japão)
2007Albert Fert (França) e Peter Grunberg (Alemanha)
2006John C. Mather (Estados Unidos) e George F. Smoot (Estados Unidos)
2005Roy J. Glauber (EUA), John L. Hall (EUA) e Theodor W. Hansch (Alemanha)
2004David J. Gross, H. David Politzer e Frank Wilczek (Estados Unidos)