Instituto investiga estudo que facilita obter células-tronco embrionárias
Do UOL, em São Paulo
18/02/2014 10h30
Instituto de pesquisa japonês abre investigação sobre estudo que explica como obter células-tronco embrionárias de maneira simples e barata, publicada na revista Nature em janeiro. Foram levantadas dúvidas sobre sua credibilidade, com alegações de uso de imagens duplicadas e impossibilidade de reproduzir a técnica usada no estudo, mas cientistas dizem que isto é comum.
O centro Riken , em Kobe, do qual a pesquisadora principal do estudo, Haruko Obokata, faz parte, decidiu averiguar problemas apontados em blogs como PubPeer nos dois estudos publicados pela cientista no mês passado e em outro, de 2011, que aborda o potencial de células-tronco em tecidos adultos.
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No estudo de 2011, uma figura que mostra barras destinadas a provar a presença de um marcador de certas células-tronco parece ter sido invertida e, em seguida, utilizada para demonstrar a presença de outro marcador de células-tronco. Uma parte dessa mesma imagem aparece em uma figura diferente, indicando ainda um outro marcador de células-tronco. O documento contém outra duplicação que aparenta não ter relação.
Alguns cientistas ainda não veem problemas. Qi Zhou , um especialista em clonagem no Instituto de Zoologia, em Pequim, diz que a maioria de suas células de camundongo morreu após o tratamento com ácido, técnica realizada no estudo, mas que é realmente difícil reproduzir em outros laboratório a experiência bem sucedida.
Wakayama, que participou do estudo, diz que também tem tido problemas para reproduzir os resultados, mas que já conseguiu replicar o experimento de forma independente antes da publicação, depois de ter sido treinado por Obokata . "Parece que uma técnica fácil - basta adicionar ácido - mas não é assim tão fácil ", diz ele .
Wakayama diz que seu sucesso independente em reproduzir os resultados da Obokata é suficiente para convencê-lo de que a técnica funciona.
As informações são do site da revista Nature, que tentou entrar em contato com a pesquisadora. Um porta-voz da revista Nature disse: "O assunto foi trazido à atenção da Nature e estamos investigando."