Nascimento da primeira cadela clonada no Reino Unido é mostrado na TV
O nascimento do primeiro cão clonado do Reino Unido foi a atração da noite desta quarta-feira (9) no canal britânico "Channel 4". A cadelinha, batizada de Winnie, nasceu no último dia 30 após um procedimento que custou 72,7 mil euros (cerca de R$ 220 mil).
A filhote, da raça "Dachshund" (salsicha), é fruto de uma clonagem que foi oferecida como parte de uma premiação. Na ocasião, após ter vencido um concurso de cães, a proprietária do animal ganhou a chance de clonar sua cachorra de forma gratuita. A filhote, que nasceu com pouco mais de 454 gramas, é uma cópia fiel da cachorra de 12 anos da cozinheira britânica Rebecca Smith.
Em declarações ao programa de TV "The £60,000 Puppy: Cloning Man's Best Friend", Smith afirma que "Winnie" é "a melhor cadela salsicha do mundo".
A companhia encarregada de realizar a clonagem do animal, a Sooam Biotech, garante já ter realizado mais de 500 clonagens de cachorros em todo mundo, embora a de Winnie seja a primeira com um cão britânico.
Segundo o jornal "Daily Mirror", a clonagem foi feita a partir de uma amostra do tecido de Winnie, a qual foi armazenada em nitrogênio líquido e enviada para Seul, onde ocorreu seu desenvolvimento.
Na Coreia do Sul, os cientistas introduziram as células de "Winnie" em óvulos de um cadela doadora da mesma raça para criar um embrião clonado, que posteriormente foi implantado em outra cadela, que fazia a função de "barriga de aluguel". A filhote, que nasceu por cesárea, tem sido chamada de "mini Winnie".
O professor Ian Wilmut, responsável pela clonagem da ovelha "Dolly", o primeiro mamífero clonado em 1996, assinalou ao "Chanel 4" que acredita que os donos dos cachorros clonados vão se decepcionar, já que grande parte da personalidade do cachorro provém da maneira com que são tratados", e reconheceu que ele "não teria um (cachorro clonado)".
Por sua parte, Elaine Pendlebury, veterinária cirurgiã da organização beneficente PDSA - que oferece serviços veterinários de graça a donos de animais sem recursos -, fez questão de indicar que a clonagem "não é uma maneira adequada" de assumir a perda de um animal de estimação.
"É importante lembrar que manipular um DNA idêntico não leva a um filhote idêntico", ressaltou Pendlebury. Segundo a especialista, "um filhote clonado poderia ter um aspecto idêntico ao original, mas, ainda assim, sua personalidade seria diferente, já que esta se desenvolve a partir das experiências vitais, como o adestramento e a socialização".
(Com Efe e AP)
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