Ser aventureiro pode significar que seu cérebro é maior do que o dos outros
Se você tem o espírito aventureiro e gosta da sensação de correr riscos, pode ter uma porção cerebral maior do que aqueles que possuem aversão a atitudes ousadas. Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina Universidade de Yale, em Connecticut (EUA), descobriu que o volume do córtex parietal do cérebro é capaz de revelar se a pessoa tem ou não tendência a assumir riscos.
O estudo testou um grupo de 28 de jovens adultos do sexo masculino e feminino do nordeste dos Estados Unidos. Os participantes foram estimulados a tomar uma série de decisões em loterias monetárias, que variavam em graus de risco. Enquanto isso, a equipe de pesquisadores realizava exames cerebrais de ressonância magnética padrão. Os resultados foram confrontados com os dados obtidos em outro grupo independente, composto por 33 pessoas, para confirmar o resultado.
As descobertas estão publicadas em um ensaio na edição desta quarta-feira (10) do Journal of Neuroscience.
O coautor da pesquisa Ifat Levy, professor assistente de Medicina Comparada do Departamento de Neurobiologia e Neurociência da Universidade de Yale, em Connecticut (EUA), afirma que o estudo pode ajudar a explicar as diferenças nas atitudes de risco com base, em parte, nas diferenças estruturais do cérebro. “Nosso estudo só leva em consideração riscos econômicos, por isso não sabemos até que ponto tomar esse tipo de risco prevê atitudes ousadas em outros domínios. Mas, a partir da pesquisa de outros grupos, nos parece que pode haver um traço geral que aponta essa característica individual de tomada de risco. Esta é uma pergunta que estamos investigando, comparando as decisões econômicas e médicas”, explica.
Segundo ele, estudos recentes já haviam mostrado que a aversão ao risco aumenta à medida que as pessoas envelhecem --um fenômeno que parece ser proporcional à diminuição do córtex, que acontece naturalmente com o passar da idade. “Um estudo sobre isso foi publicado no ano passado e reuniu dados coletados de quatro grupos etários: de 12 a 17 anos, 21 a 25, 30 a 50 e mais de 65 anos. Descobrimos que uma maior aversão a escolhas arriscadas relacionadas a ganhos monetários entre o público do penúltimo e ultimo grupo etário”, afirma Levy.
O pesquisador afirma ainda que a diminuição do córtex “pode explicar as mudanças de comportamento”. “Estamos agora testando essa possibilidade. São necessários mais estudos em populações mais amplas para chegar à essa comprovação", diz.
Ainda de acordo com ele, as descobertas podem, em algum momento, servir como um biomarcador para algumas condições clínicas, relacionadas a doenças de ordem psíquica.
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