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"Lua de sangue" poderá ser vista no norte e centro-oeste do Brasil

Área em vermelho intenso é onde a "lua de sangue" poderá ser vista completamente durante o eclipse - Reprodução/Time and Date
Área em vermelho intenso é onde a "lua de sangue" poderá ser vista completamente durante o eclipse Imagem: Reprodução/Time and Date

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

07/10/2014 19h31

A lua será coberta pela sombra da terra na madrugada desta quarta-feira (8) e deve ganhar tonalidade avermelhada --um fenômeno conhecido como "lua de sangue". Os países banhados pelo oceano Pacífico poderão observar melhor o eclipse, já que o fenômeno será complemente visível no meio do oceano. Mas a "lua de sangue" também poderá ser vista no Brasil, principalmente nos Estados que ficam no norte e oeste do país, caso de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Acre e oeste do Pará.

O brilho vermelho intenso da lua poderá ser observado durante a madrugada em partes da América do Norte, na América Central, partes da Austrália, na China, Japão e outras partes do sul da Ásia. A Nasa irá transmitir o fenômeno ao vivo, via internet.

Nos locais mais afastados do Pacífico, o tom avermelhado poderá ser visto, mas de maneira menos intensa, após o nascer do sol (a leste do Pacífico) ou o pôr do sol (a oeste do Pacífico).

Em São Paulo, por exemplo, o eclipse começa às 5h17.“Será uma sombra menos densa porque a lua ainda estará próxima à linha do horizonte, ainda que acima dela. Os estados do norte, mais a oeste, poderão observar melhor o eclipse, já que nesse momento a lua estará mais alta”, explica Eduardo Cypriano, professor associado do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo).

Segundo Cypriano, o eclipse acontece quando a lua “entra” na sombra da Terra e partículas da atmosfera dão a ela o aspecto de “lua de sangue”, pelo tom avermelhado. “Os raios solares que atingem a atmosfera terrestre se espalham e atingem o material particulado presente nela", diz. "Eles (as partículas presentes na atmosfera) agem como uma lente e ‘difratam’ a luz. É parecido com o que acontece com o céu de São Paulo, por exemplo, durante o pôr do sol em um dia seco e poluído: a luz vermelha predomina sobre a azul e acaba sendo refletida pela lua”.

Esse é o segundo eclipse lunar do ano -- o último aconteceu no dia 15 de abril -- e faz parte do “tetrad”, uma série de quatro eclipses consecutivos que acontecerão até 28 de setembro de 2015. O tetrad é considerado um fenômeno raro. O primeiro deles no século 21 aconteceu em 2003, segundo a Nasa.