Robô pinguim ajuda pesquisadores a chegar mais perto dos animais
O estudo da vida selvagem é crucial para entender por que os animais se comportam de uma determinada maneira. Mas e se a observação passiva de alguma forma interfere nesse comportamento? Um estudo publicado na Nature Methods sugere que uma forma inteligente de coletar informação de animais selvagens em seu habitat é utilizar robôs disfarçados de bichos.
Essas criaturas eletrônicas equipadas com sistema de escaneamento e habilidade para trazer informação do ponto de vista do animal e, consequentemente, transmiti-lo para os cientistas estão sendo testadas em uma colonia de pinguis-rei (Aptenodytes patagonicus). A maior vantagem, porém, é que esse método causa muito menos estresse aos animais.
Muitos pesquisadores utilizam a implantação de chips sob a pele do animal para acompanhar seu rumo e, de alguma maneira, coletar informações sobre seu comportamento. Mas quando um humano se aproxima de um animal, digamos, um pinguim, o seu batimento cardíaco aumenta 35 batidas por minuto. E ainda obriga o animal a se mexer mais, uma média de 43 cm.
Quando se trata de um carrinho equipado com câmera ou um robô, esse batimento aumenta 24 batidas por minuto e os pinguins movem-se apenas 8 cm.
Também no caso dos robôs, os pinguins retomaram seu estado natural mais rapidamente.
Os pesquisadores decidiram então “fantasia” os robôs como se fossem um filhote de pinguim. “Filhotes e adultos chegaram até a vocalizar, ou seja, tentaram se comunicar com o robô camuflado, que foi capaz de se infiltrar na creche sem causar confusão”, afirmou Yvon Le Maho, autor do estudo.
De acordo com os pesquisadores, porém, este sistema não poderá ser utilizado em qualquer ambiente ou espécie. Entretanto, abre grandes possibilidades de observação e acompanhamento do comportamento animal -- além de fotos que devem render ótimas exposições.
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