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Sete imagens que marcaram a pesquisa espacial em 2015

Imagem registrada pela New Horizons mostra Sputnik Planum, planície gelada de Plutão - AFP
Imagem registrada pela New Horizons mostra Sputnik Planum, planície gelada de Plutão Imagem: AFP

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

29/12/2015 06h00

2015, o ano em que a humanidade viu pela primeira vez, e em alta resolução, “a cara” de Plutão. A chegada da sonda New Horizons ao planeta-anão, que já foi considerado o nono do Sistema Solar, foi um marco na ciência espacial e promete ainda render muita investigação a partir do ano que se aproxima, com a análise dos dados e das imagens coletados.

A bilhões de quilômetros de distância de Plutão, Marte também brilhou no cenário da pesquisa espacial. A Nasa divulgou provas da existência de água em estado líquido, fluindo em canais na superfície de Marte.

Mas, também teve detalhes sobre o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, enviados pelo robô Philae, integrante da Missão Rosetta, o primeiro a fazer um pouso controlado no núcleo de um cometa. Além de fenômenos celestes que aguçaram ainda mais a nossa curiosidade sobre o que há acima das nossas cabeças.

Relembre aqui os principais acontecimentos que marcaram a pesquisa espacial em 2015:

Rosetta encontra matéria orgânica em cometa

Apesar de o robô Philae, que integra a sonda Rosetta, ter pousado no final do ano passado no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, foi neste ano que as primeiras descobertas obtidas através da missão da ESA (Agência Espacial Europeia) começaram a divulgadas. Em janeiro, a sonda descobriu material orgânico na sua superfície, parecidos com os aminoácidos que formaram a vida na Terra. Em outubro, foi descoberto oxigênio molecular entre os gases que cercam o cometa 67P.

“Hoje na astronomia, um dos ramos de maior efervescência é a astrobiologia, que é a união dessas duas ciências para entender como a vida surgiu aqui (na Terra) e como pode surgir no Universo”, explica o astrônomo do Observatório do Valongo, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Daniel Mello.

Ceres: primeiro planeta-anão a receber uma sonda

Em março, depois de uma jornada de sete anos e meio, a sonda Down finalmente chegou à órbita do planeta-anão Ceres, o menor do Sistema Solar. Foi a primeira visita de uma sonda a um corpo celeste desse tipo. Ceres já foi considerado um planeta, depois um asteroide e, finalmente, um planeta-anão --com algumas características de lua. Imagens detalhadas de pontos de luz em uma das crateras do planeta-anão, a Occator, divulgadas em outubro, intrigavam cientistas da Nasa (agência espacial norte-americana), mas pesquisadores acreditam que tudo é uma questão de contraste de cores.

Um espetáculo chamado Plutão

 

Em abril deste ano, o mundo viu a primeira imagem em cores de Plutão e da sua lua, Caronte, feita pela sonda New Horizons, lançada em 2006 com o objetivo de também estudar o planeta-anão, o mais afastado do Sistema Solar. “Esse foi o ponto mais alto das missões espaciais em 2015. Até então tínhamos apenas imagens em baixa resolução, feitas por telescópios da terra e pelo Hubble. A partir de 2016, muitos dos dados e imagens coletados começarão a ser analisados pelos cientistas”, conta Daniel Mello.

Vênus e Júpiter coladinhos

No final de junho, os planetas Vênus e Júpiter se encontraram no céu a menos de meio grau de distância um do outro, formando uma espécie de “estrela dupla”, em um fenômeno que pode ter sido o mesmo que deu origem à lenda da Estrela de Belém, que, segundo os relatos bíblicos, teria informado os reis magos do nascimento de Jesus.

Existe água em Marte!

Em setembro, a Nasa anunciou ter provas de quem existe água líquida em Marte e que ela flui em canais na superfície do Planeta Vermelho. "Até então, já havia evidências de que existia água em Marte, mas em camadas do subsolo. Não se imaginava que ela pudesse jorrar na superfície, devido à baixa temperatura e às condições atmosféricas”, explica Mello.

Em outubro, evidências da existência de grandes lagos antigos e duradouros foram encontradas em Marte.

 

 

Eclipse lunar com direito a Superlua

Aconteceu em setembro, e foi a primeira vez depois de 33 anos. A Lua atingiu seu perigeu (o ponto da sua órbita mais próximo a nós) no mesmo instante em que a sombra da Terra "engoliu" o satélite, conforme o planeta se coloca entre o Sol e a Lua –fenômeno conhecido como eclipse lunar. O próximo vai acontecer daqui a 18 anos. A “Superlua sangrenta” foi um espetáculo no céu e pode ser vista em todo o território brasileiro. 

 

Três Marias? Não, é a conjunção de Vênus, Marte e Júpiter

No fim de outubro, quem olhou para o céu durante a madrugada viu os planetas Vênus, Marte e Júpiter juntos, em forma de triângulo, até as primeiras horas da manhã. Um fenômeno raro que só voltará a se repetir em 2021.