Seu tom de voz determina se vão ou não rir da sua piada
Alguma vez você já contou uma piada e ninguém riu? Pode ter sido o tom da sua voz e não o fato de não saber contar piadas bem, de acordo com um estudo feito por psicólogos ingleses publicado na revista Evolution and Human Behavior.
“Dizer que o riso depende das circunstâncias sociais faz sentido, pois se alguém te ameaça, você não vai rir da piada”, comenta o professor de psicologia Aurélio Melo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A vida social mudou muito, mas muitas vezes a gente ainda responde de maneira mais instintiva”. Por exemplo, o medo do desconhecido, diz.
Os pesquisadores ingleses gravaram vozes masculinas e femininas contando piadas curtas e manipularam o tom das vozes. Quando o tom das vozes era abaixado artificialmente, elas se tornavam mais dominantes, enquanto as vozes de tom mais alto eram menos. Voluntários foram chamados para ouvir as piadas e classificar quais eram as mais engraçadas.
Ouvintes mulheres riram sem dar importância ao tom da voz, mas, entre os voluntários homens, a risada dependeu muito do tom de voz ser dominante ou grossa. Rapazes com bíceps maiores e que se consideravam atraentes tinham mais tendência a preferir piadas em tom mais baixo de voz do que outros ouvintes, segundo a pesquisa.
A conclusão foi que o humor pode ter evoluído em parte para ajudar os homens a formarem alianças para tarefas cooperativas como a caça. Homens dominantes conseguiam aliados importantes, mas só se eram dominantes do suficiente para não serem ultrapassados em seu poder.
Interpretação social
O brasileiro explica que, além da interpretação biológica do humor, existe a interpretação social, feita na psicanálise. Sigmund Freud escreveu o livro “O Chiste e a relação com o inconsciente” e avaliou que os sentimentos negativos são aceitos em forma de piada na sociedade. “Quando uma tragédia ou notícia triste abala as pessoas, surgem piadas como forma de lidar com essas situações emocionalmente difíceis.”
Muitas pesquisas já haviam relacionado a escolha de um parceiro ao humor, mas pouco havia sido estudado sobre humor e parcerias sociais em geral. Por causa de a semelhança ser considerada um fator importante de manutenção de parcerias sociais, espera-se que a apreciação do humor varie de acordo com o grau de similaridade entre quem faz humor e quem recebe o humor.
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