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Pesquisadores criam cadeira de rodas controlada por expressões do rosto

Do UOL*, em São Paulo

05/05/2016 17h35

Uma cadeira de rodas que pode ser controlada por pequenos movimentos da face, da cabeça ou da íris foi desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O equipamento ainda é considerado experimental e de alto custo. Porém, o projeto de pesquisa tem como objetivo adaptar a tecnologia para torná-la mais acessível e colocá-la no mercado brasileiro dentro de dois anos. Segundo o professor Eleri Cardozo, a tecnologia poderá beneficiar pessoas com tetraplegia, vítimas de acidente vascular cerebral, portadores de esclerose lateral amiotrófica ou outras condições de saúde que impedem o movimento preciso das mãos.

Processo de criação

O grupo do projeto adquiriu uma cadeira motorizada convencional, retirou o joystick e a equipou com diversos dispositivos normalmente encontrados em robôs, como sensores capazes de medir a distância de paredes e de outros objetos ou detectar diferenças de profundidade no piso.

O protótipo também foi equipado com um notebook que envia os comandos diretamente para a cadeira e com uma câmera 3D, que permite interagir com o computador por meio de expressões faciais ou movimentos corporais. A cadeira tem ainda uma antena wifi que permite a um cuidador dirigir o equipamento remotamente, pela internet.

A câmera identifica mais de 70 pontos da face – em torno da boca, do nariz e dos olhos – e, a partir da movimentação desses pontos, é possível extrair comandos simples, como ir para frente, para trás, para a esquerda ou direita e, o mais importante, parar."

Eleri Cardozo, pesquisador

Pensando em pacientes com quadros ainda mais graves – que impedem até mesmo a movimentação facial – o grupo também trabalha em uma tecnologia de BCI que permite extrair sinais diretamente do cérebro, por meio de eletrodos externos, e transformá-los em comandos. O equipamento, no entanto, ainda não está embarcado na cadeira robotizada.

*Com Agência Fapesp