Poeira colhida pela sonda Rosetta traz pistas sobre origem do Sistema Solar
Mesmo após cortar a comunicação com o robô espacial Philae, a sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia, continua ajudando bastante a ciência. Um estudo publicado nesta quarta-feira (31) na revista Nature mostra que a poeira colhida do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, seguido pela sonda, deu pistas para entendermos melhor a origem do Sistema Solar.
Foi a primeira vez que a poeira de um cometa no estado primitivo foi analisada.
Os cientistas acreditam que os cometas preservem partículas puras da nuvem que dá origem a um sistema solar, quando os planetas se formam, por isso tal poeira seria a mesma encontrada no início do nosso sistema.
Estudos anteriores com amostras do tipo já haviam sido feitos, mas não eram totalmente confiáveis porque as amostras foram modificadas durante a coleta. Desta vez foi diferente.
A sonda Rosetta colheu amostras satisfatórias e primitivas do cometa entre novembro de 2014 e fevereiro de 2015. Os dados foram analisados por um microscópio a bordo da própria sonda.
De acordo com o estudo, comandado por Mark Bentley, da Academia Austríaca de Ciências, as partículas de poeira do cometa aparecem em várias formas, tamanhos, texturas e microestruturas e são agregados de grãos menores e alongados.
No tamanho, vão de dezenas de micrômetros a algumas centenas de nanômetros.
A análise microscópica da poeira do cometa ainda revelou detalhes sobre a estrutura hierárquica das partículas: os blocos são agregados na forma esférica.
Essa descoberta pode levar físicos a reavaliarem o processo da nuvem de poeira que dá origem aos planetas e pode gerar novos modelos sobre como os planetas foram formados.
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