Você se coloca no lugar do outro? Brasil é 51º em ranking de empatia
O Brasil tem a fama de ser um país de povo alegre, simpático e caloroso. Temos muitas qualidades, mas um estudo sugere que a empatia não é tão comum entre os brasileiros assim.
Ter empatia é ter a capacidade de se colocar no lugar do outro para compreender os sentimentos, é sentir com as pessoas. E de acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan (EUA), o Brasil ficou em 51º lugar entre os países mais empáticos do mundo (sendo que apenas 63 países foram analisados).
Tentando ver o lado cheio do copo, os brasileiros podem pensar que ao menos não estão entre os dez menos empáticos.
Segundo William Chopik, o principal autor do estudo publicado no jornal Cross-Cultural Psychology, realmente há um esforço maior entre as pessoas para criação de relacionamentos mais íntimos e significativos que pode mudar as colocações no ranking.
"A sociedade está mudando e muito pode ser alterado nos próximos 20 ou 50 anos, inclusive as posições no ranking de empatia", afirma Chopik.
Ranking do sentimento
Para comparar o que o povo de cada nação sentia, os pesquisadores analisaram respostas de pesquisas com mais de 104 mil pessoas de diversas partes do mundo. O questionário contava com perguntas que tentavam medir a compaixão e a tendência dos voluntários a imaginar o ponto de vista de outros em situações hipotéticas.
O Equador venceu como país mais compreensivo, seguido da Arábia Saudita, Peru, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Estados Unidos, Taiwan, Costa Rica e Kuwait.
Chopik ficou surpreso ao ver três países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuwait) entre os dez países com mais empatia no mundo, considerando que ambos passaram por histórias de guerra e agressão com países vizinhos.
Isso pode ter acontecido pois o questionamento não distinguia se a empatia era com moradores do seu próprio país ou de outros locais e regiões, explica Chopik.
O país menos empático foi a Lituânia, seguida por Venezuela, Estônia, Polônia, Bulgária, Finlândia, Eslováquia, Letônia, República Tcheca e Romênia.
O estudo contou com 63 países, uma vez que países com pequenas amostras de respostas foram excluídos do projeto por terem pouca base de análise.
A pesquisa foi a primeira a olhar para a empatia de país em país. E enquanto "só faz um registro momentâneo de como a empatia mundial está nesse exato momento", Chopik afirma que será importante para registrar as mudanças culturais dos próximos anos e analisar como elas influenciaram na empatia da população.
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