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Você se coloca no lugar do outro? Brasil é 51º em ranking de empatia

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

31/10/2016 06h00

O Brasil tem a fama de ser um país de povo alegre, simpático e caloroso. Temos muitas qualidades, mas um estudo sugere que a empatia não é tão comum entre os brasileiros assim.

Ter empatia é ter a capacidade de se colocar no lugar do outro para compreender os sentimentos, é sentir com as pessoas. E de acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan (EUA), o Brasil ficou em 51º lugar entre os países mais empáticos do mundo (sendo que apenas 63 países foram analisados).

Tentando ver o lado cheio do copo, os brasileiros podem pensar que ao menos não estão entre os dez menos empáticos.

Segundo William Chopik, o principal autor do estudo publicado no jornal Cross-Cultural Psychology, realmente há um esforço maior entre as pessoas para criação de relacionamentos mais íntimos e significativos que pode mudar as colocações no ranking.

"A sociedade está mudando e muito pode ser alterado nos próximos 20 ou 50 anos, inclusive as posições no ranking de empatia", afirma Chopik.

Ranking do sentimento

24.out.2016 - Mapa mostra o nível de empatia dos países, sendo os vermelhos mais escuros os mais empáticos e os mais claros os menos  - Michigan State University - Michigan State University
Mapa mostra o nível de empatia dos países, sendo os vermelhos mais escuros os mais empáticos e os mais claros os menos
Imagem: Michigan State University
Para comparar o que o povo de cada nação sentia, os pesquisadores analisaram respostas de pesquisas com mais de 104 mil pessoas de diversas partes do mundo. O questionário contava com perguntas que tentavam medir a compaixão e a tendência dos voluntários a imaginar o ponto de vista de outros em situações hipotéticas.

O Equador venceu como país mais compreensivo, seguido da Arábia Saudita, Peru, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Estados Unidos, Taiwan, Costa Rica e Kuwait.

Chopik ficou surpreso ao ver três países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuwait) entre os dez países com mais empatia no mundo, considerando que ambos passaram por histórias de guerra e agressão com países vizinhos.

Isso pode ter acontecido pois o questionamento não distinguia se a empatia era com moradores do seu próprio país ou de outros locais e regiões, explica Chopik.

O país menos empático foi a Lituânia, seguida por Venezuela, Estônia, Polônia, Bulgária, Finlândia, Eslováquia, Letônia, República Tcheca e Romênia.

O estudo contou com 63 países, uma vez que países com pequenas amostras de respostas foram excluídos do projeto por terem pouca base de análise.

A pesquisa foi a primeira a olhar para a empatia de país em país. E enquanto "só faz um registro momentâneo de como a empatia mundial está nesse exato momento", Chopik afirma que será importante para registrar as mudanças culturais dos próximos anos e analisar como elas influenciaram na empatia da população.