Chimpanzé deixa filhote com babá para voltar a se reproduzir mais rápido
A ajuda de uma babá pode fazer uma grande diferença na vida dos pais. Para os chimpanzés selvagens que moram em Uganda, na África, ter uma "babá" quer dizer que os filhotes vão desmamar mais rápido, o que permite que os pais podem voltar a se reproduzir mais rápido.
Para as famílias de chimpanzés, ter uma babá diminui o número de funções da mãe, o que faz com que ela volte a ficar mais independente e comece a investir em engravidar do próximo filhote mais depressa.
Um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, analisou 42 pares de mães e filhotes de chimpanzés em Ngogo, parque nacional Kibale, em Uganda, para entender o impacto dos cuidados de uma babá chimpanzé na criação dos filhotes.
Os pesquisadores viram que as babás chimpanzés seguravam os filhotes e mostravam interesse em brincar e cuidar dos recém-nascidos. Segundo o estudo, publicado no periódico Royal Society Open Science, o envolvimento entre babás e bebês impactou na proporção de tempo que as mães gastavam com seus filhos e na quantidade de leite que os filhotes tomavam.
Bebês que são criados e carregados por babás recebem cuidados por menos tempo e bebem menos leite"
Iulia Badescu, principal autora do estudo
"Isso significa que eles estão se tornando independentes mais depressa do que os que ficam apenas com a mãe. Os filhotes das babás passam pelo desmame mais rápido e o desmame é feito em uma idade menor que o comum", completa Badescu.
Nem todas as mães chimpanzés confiam em babás, mas a pesquisa enfatiza que as babás são importantes como componente que flexibiliza as estratégias de reprodução feminina em algumas espécies.
Amamentação de carinho
Em um outro estudo, Badescu e seus colegas descobriram que as mães chimpanzés que não usam babás deixam seus filhotes mamarem mesmo depois que não têm mais leite.
Apesar de não ter leite, os bebês chimpanzés vão para o colo das mães e ficar com os lábios em seus mamilos sem receber leite para manter um laço afetivo.
"Os chimpanzés já desmamados continuaram a fazer contato com o peito das mães não para nutrição, mas para fins emocionais, quando eles precisavam ser confortados, quando querem um carinho", explica Badescu, em artigo publicado no American Jorunal of Physical Anthropology.
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