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Lesmas peludas: cientistas acham fóssil de molusco de 480 milhões de anos

Jakob Vinther/ Divulgação/Nature
Imagem: Jakob Vinther/ Divulgação/Nature

Do UOL, em São Paulo

07/02/2017 12h27

Os moluscos são tão diferentes entre si que é difícil para os cientistas estimar qual era a aparência dos primeiros exemplares. Mas uma descoberta pode ajudar a resolver esse mistério. Cientistas encontraram no Marrocos fósseis de aproximadamente 480 milhões de anos, semelhantes a uma lesma.

A pesquisa, publicada na revista Nature, pode ajudar a desvendar os primeiros estágios da evolução dos moluscos como caramujos e lulas.

Uma das principais características dos moluscos é a presença de uma rádula, uma estrutura que se situa na base da boca dos moluscos com a qual estes raspam o seu alimento. É como uma espécie de língua com pequenos dentes curvos quitinosos.

Nem todos os moluscos têm rádula, mas nenhum outro grupo de animais tem essa característica. Por isso, os pesquisadores têm certeza de que se trata de um exemplar dessa espécie. 

Os paleontólogos batizaram o fóssil de Calvapilosa, que significa couro cabeludo peludo, em latim.

A Calvapilosa kroegeri se parece com uma lesma coberta com pequenos espinhos e tem uma espécie de concha na cabeça.

Os pesquisadores determinaram que se trata de um ancestral dos quítons, moluscos aquáticos que possuem oito membranas que seguram sua concha e espinhos ao redor do corpo, semelhante aos que foram vistos na nova espécie.

Estudos anteriores sugerem que os moluscos mais antigos surgiram há cerca de 500 milhões de anos. A Calvapilosa não é a mais velha, mas pode ajudar os pesquisadores a entenderem a evolução da espécie.