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Cientistas usam eletricidade para sincronizar cérebro e melhorar memória

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Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

16/03/2017 13h47

Pesquisadores do Imperial College de Londres descobriram que a aplicação de uma corrente de baixa tensão sobre a cabeça pode melhorar a memória de trabalho de curto prazo.

A equipe descobriu que aplicar uma corrente elétrica fraca através do couro cabeludo ajudou a alinhar diferentes partes do cérebro, sincronizando suas ondas cerebrais e permitindo que eles mantenham a mesma batida.

Na pesquisa, realizada em colaboração com o University College de Londres, os cientistas usaram uma técnica chamada estimulação transcraniana de corrente alternada (TACS) para manipular o ritmo normal do cérebro.

A equipe usou a técnica para direcionar o estímulo a duas regiões do cérebro, o giro frontal médio e o lóbulo parietal inferior, que são conhecidos por estarem envolvidos na memória de trabalho.

Dez voluntários realizaram tarefas de memória que aumentavam de dificuldade, enquanto recebiam a estimulação. A frequência foi realizada de forma não sincronizada, ou seja, em momentos diferentes nas partes do cérebro, ao mesmo tempo e também como uma “explosão rápida”.

Nas experiências de memória de trabalho, os participantes olharam para uma tela em que os números brilharam e tiveram de se lembrar se um número era o mesmo que o anterior, ou no caso do julgamento mais difícil, se o número atual correspondia ao que tinha sido visto em duas imagens antes.

Os resultados mostraram que quando as regiões do cérebro foram estimuladas em sincronia, os tempos de reação nas tarefas de memória melhoraram, especialmente no exercício mais difícil de memorizar duas sequências de números. O melhor resultado apareceu quando as duas ondas tiveram o mesmo ritmo e ao mesmo tempo.

Usando uma ressonância magnética a equipe conseguiu visualizar as mudanças na atividade que ocorrem durante a estimulação, com a corrente elétrica modulando o fluxo de informações.

Os pesquisadores esperam que a técnica possa ser usada em pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral ou que têm epilepsia. O próximo passo é verificar se a estimulação cerebral funciona em pacientes com lesão cerebral, em combinação com imagens onde a comunicação de longo prazo do cérebro foi prejudicada.